Criação e validação de um questionário para avaliação da qualidade de vida de cães e gatos sob cuidados intensivos
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Abstract
A maior proximidade entre homens e animais, somada aos avanços na área da saúde, favoreceu o aumento da expectativa de vida destes bem como da prevalência de doenças crônicas. Neste âmbito, surgiu a preocupação em manter níveis aceitáveis de qualidade de vida para animais sob cuidados intensivos. Diagnosticar a baixa qualidade de vida é o primeiro passo para melhorá-la por meio de serviços de saúde ou melhorias sócio ambientais, além de auxiliar na decisão de eutanásia. O objetivo deste estudo foi desenvolver e validar uma escala de qualidade de vida para cães e gatos sob cuidados intensivos. Método: Foi elaborado um questionário com base nos 3 aspectos gerais que determinam qualidade de vida (saúde física, mental e capacidade de expressar o comportamento natural da espécie), formado por treze questões para as quais os proprietários de cães e gatos internados no Sistema Intensivo de Monitoramento do Hospital Veterinário da USP deveriam assinalar escalas numeradas de zero a dez (Figura 1) no primeiro dia de internação de seus animais. O valor das respostas das questões entre 1 e 12 foi somado para obtenção do escore de qualidade de vida (EQV). Para verificação da validade discriminante, o questionário foi aplicado a proprietários de cães e de gatos saudáveis e os escores foram comparados aos do grupo de animais enfermos por meio do teste de Mann-Whitney considerando significativo p<0,05. Para verificação da confiabilidade e precisão do instrumento de coleta de dados, proprietários de onze cães e seis gatos saudáveis responderam o questionário em dois momentos (“teste-reteste”). Resultados e discussão: Foram incluídos 300 cães e 72 gatos sob cuidados intensivos e 20 cães e 12 gatos saudáveis. A validade discriminante do instrumento foi demonstrada pela diferença significativa entre EQV do grupo de animais enfermos e saudáveis (p <0,0001 para cães e gatos). Os valores do EQV tanto para cães quanto para gatos saudáveis apresentaram baixa variabilidade com base em médias e desvios padrão (cães: 115,6 e 5,4; gatos: 116,5 e 6,8) indicando acurácia. No “teste-reteste” os resultados puderam ser considerados iguais: média de 114,5 no primeiro momento e 114,8 no segundo momento para cães e média de 120 nos dois momentos para os gatos, indicando precisão. Conclusão: Este estudo possibilitou a criação e validação de um questionário que avalie a qualidade de vida de cães e gatos sob cuidados intensivos.
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