Comparação dos testes preconizados pelo ministério da saúde para o diagnóstico da leishmaniose visceral canina
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Abstract
Os cães são os principais reservatórios urbanos da Leishmania e há evidências de que o aparecimento de casos humanos é precedido pelos casos caninos. Na atualidade, a Leishmaniose Visceral (LV) tem se expandido para muitos centros urbanos do Brasil, como consequência de falhas nas medidas de controle direcionadas ao reservatório. A identificação e eutanásia dos cães soropositivos são medidas preconizadas pelo Ministério da Saúde para o controle da LV, tornando fundamental o diagnóstico acurado por meio de técnicas com alta especificidade e sensibilidade. O presente trabalho comparou o desempenho dos testes diagnósticos preconizados pelo Ministério da Saúde para Leishmaniose Visceral Canina (LVC) até dezembro de 2011 – ELISA (EIE-LVC®) como método de triagem e RIFI como teste confirmatório – e o protocolo atual, composto pelo DPP-LVC® para triagem e o ELISA (EIE-LVC®) como teste confirmatório. Foram coletadas amostras de soro e aspirado esplênico de 800 animais de uma área endêmica. Com os soros foram realizados os testes RIFI, DPP-LVC® e EIE-LVC® e com o aspirado esplênico, a cultura e a qPCR para detecção de Leishmania. A qPCR e a cultura foram empregadas como padrão ouro para avaliação do desempenho dos testes avaliados. Na avaliação da positividade dos cães para LVC, a cultura detectou 13% dos animais como positivos; o DPP-LVC®, 17%; o ELISA EIE-LVC®, 24%; a RIFI, 31%; a qPCR, 41%. Quando a cultura foi considerada como padrão ouro, a sensibilidade e especificidade dos testes DPP-LVC®, EIE-LVC® e RIFI foram de 83% e 93%; 76% e 83%; 85% e 71%, respectivamente. Quando foi utilizada a qPCR como padrão ouro, a sensibilidade e especificidade dos testes DPP-LVC®, EIE-LVC® e RIFI foram de 36% e 97%; 38% e 85%; 53% e 76%, respectivamente. O DPP-LVC® obteve os maiores valores preditivos positivos quando foi utilizada qPCR ou cultura como padrão ouro. Observou-se que o DPP-LVC®, teste que substituiu o EIE-LVC® no novo protocolo do Ministério da Saúde, apresentou semelhante sensibilidade, porém, melhor especificidade. Em termos de acurácia, o protocolo atual recomendado pelo Ministério da Saúde apresentou um desempenho semelhante ao do protocolo anterior, com ganho somente quanto ao VPP. Além disso, ambos os protocolos não demonstraram boa acurácia para a detecção de animais assintomáticos
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