Comparação entre laminocultura e cultura convencional na avaliação microbiológica de urina de cães
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Abstract
As cistites são relativamente comuns em cães. Contudo, a confirmação da suspeita clínica de cistite bacteriana exige, dentre outros, o exame microbiológico de urina. Tradicionalmente na clínica de cães e gatos, o isolamento de bactérias da urina é feito por meio de cultura convencional (CC). Na medicina, a laminocultura (LC) tem sido empregada como técnica alternativa ou preliminar para auxiliar no diagnóstico de infecção do trato urinário. Considerando a hipótese de que o método seja útil para a prática veterinária, avaliou-se, no presente estudo, o desempenho da LC para o isolamento de bactérias da urina de cães, tendo como padrão-ouro a cultura convencional. Foram coletadas assépticamente, por cistocentese, amostras de urina de 10 cães sadios e de 24 cães com sinais clínicos de cistite. Cada amostra foi analisada por meio dos dois exames microbiológicos. Para a LC utilizou-se kit comercial conforme as recomendações do fabricante e para a CC empregaram-se as técnicas normatizadas para laboratórios de microbiologia, incluindo isolamento, identificação e contagem de Unidade Formadora de Colônia por ml (UFC/ml). Os resultados foram negativos em todas as amostras provenientes dos cães sadios, em ambos os métodos de cultura. Das 24 amostras provenientes dos cães com cistite, 18 (75%) foram positivas para crescimento bacteriano pela CC. Das 18 colônias isoladas pela CC, identificaram-se oito (44%) de Escherichia coli, quatro (22%) de Staphylococcus intermedius, três (17%) de Streptococcus spp., uma (5,6%) de Pseudomonas spp., uma (5,6%) de Proteus spp. e uma (5,6%) de Enterobacter spp. Foi obtido isolamento de bactérias pela LC em 17 das 18 amostras positivas e houve um resultado falso negativo (Streptococcus spp.). A LC foi efetiva para a identificação de E. coli, mas foi inconclusiva para as demais bactérias isoladas. O número de UFC/ml foi incontável (>1x109) para 88% das amostras examinadas pela CC e impossível de ser estimado pela LC (confluência de colônias). A análise da capacidade de isolamento de bactérias patogênicas, em amostras de urina de cães, revelou que o método de LC teve sensibilidade de 94,4%, especificidade de 100% e acurácia de 97,1%. Concluiu-se que a LC é adequada para isolar bactérias patogênicas da urina de cães e pode ser empregada como teste rápido, guardadas as limitações inerentes ao método.
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