Megaureter associado à ureterolitíase e doença renal crônica em felino: Relato de caso

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F. S. Romano
H. Fioravanti
G. Sciulli
R. H. Miziara
V. A. B. F. Wirthl
M. M. Kogika

Abstract

A obstrução ureteral acomete principalmente felinos jovens, muitas vezes secundária à hipercalcemia idiopática ou ao manejo nutricional inadequado; formação de tampões ou de estenose congênita ou iatrogênica. O trabalho descreve um caso clínico e elucida aspectos relacionados ao diagnóstico e tratamento da ureterolitíase felina. Foi atendido pelo Serviço de Clínica Médica do HOVET-USP um felino, fêmea, siamesa, com 14 anos de idade, castrada, que apresentava queixa de êmese, oligúria e hiporexia há quatro dias. O animal apresentava desidratação moderada, dor abdominal mesogástrica intensa, normoglicemia, acidose metabólica discreta, hiponatremia, hipocloremia, hipercalemia intensa, azotemia importante. Na ultrassonografia abdominal foram visibilizados rim esquerdo reduzido, pouca definição corticomedular, aumento de ecogenicidade cortical e moderada dilatação de pelve com dilatação ureteral em toda extensão de até 2,2cm, com duas estruturas hiperecoicas. O rim direito apresentava dimensões preservadas, pouca definição corticomedular, aumento de ecogenicidade cortical, sem evidências de megaureter. O diagnóstico estabelecido foi de doença renal crônica agravada por obstrução ureteral (ureterolitíase). Foram realizadas as manobras de correção hidroeletrolítica, analgesia e terapia farmacológica para progressão do urólito. Contudo, o animal desenvolveu quadro de anúria e alterações neurológicas sugestivas de encefalopatia urêmica, culminando em óbito. A obstrução ureteral é um grande desafio na clínica de pequenos animais. É importante a introdução da terapia medicamentosa para progressão do urólito apesar da baixa efetividade dela. Caso não existam evidências de seu deslocamento, há indicação de intervenção cirúrgica, sendo justificada sob a certeza da viabilidade renal. Os animais com obstrução parcial ou unilateral e azotemia provavelmente possuem doença renal primária, como relatado neste caso, e as alterações laboratoriais podem persistir e progredir após desobstrução. A técnica clássica de ureterotomia é a de escolha para remoção dos ureterólitos, realizadas sob magnificação óptica. Portanto, a obstrução ureteral em felinos representa uma enfermidade de grande frustração, pois muitos animais apresentam alterações quando em fase crônica. Ademais, há limitação das técnicas operatórias pela dificuldade, custo elevado e complicações.

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How to Cite
ROMANO, F. S.; FIORAVANTI, H.; SCIULLI, G.; MIZIARA, R. H.; WIRTHL, V. A. B. F.; KOGIKA, M. M. Megaureter associado à ureterolitíase e doença renal crônica em felino: Relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 14, n. 2, p. 53-53, 29 Aug. 2016.
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