Hiperplasia fibroepitelial mamária em felino macho – Relato de caso
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Abstract
A hiperplasia fibroepitelial mamária felina (HFMF) é uma síndrome caracterizada pelo crescimento tecidual rápido, reversível e de caráter benigno da glândula mamária. Tal desordem é rara em machos e está relacionada à progesterona, ocorrendo espontaneamente em fêmeas jovens após o primeiro estro, semanas após o estro, bem como durante a gestação ou pseudogestação. A HFMF também pode ocorrer em fêmeas submetidas à terapia hormonal com progestágenos, de origem sintética ou natural, utilizados como método contraceptivo. Em face do exposto, o presente trabalho relata o caso mundial de HFMF em felino macho. Um felino, macho, da raça Angorá, com 18 meses de idade, foi atendido com histórico de aumento de volume das mamas com evolução há dois meses e que coincidiu com a administração de progesterona com finalidade contraceptiva, medicação administrada de maneira equivocada, uma vez que os responsáveis acreditavam que o animal era uma fêmea. De acordo com a anamnese, o animal também apresentava prostração, hiporexia e oligodipsia há sete dias. Durante o exame físico foram observados aumento de volume de toda a cadeia mamária de consistência firme, superfície irregular, presença de eritema, ulceração e sangramento, bem como aumento de temperatura e sensibilidade local compatível com HFMF. A avaliação hematológica revelou alterações como hematócrito (11%), anemia nomocítica normocrômica, com moderada anisocitose e policromasia e neutrófilos tóxicos. Após transfusão sanguínea e melhora clínica, o animal foi submetido à terapia com o antiprogestágeno aglepristone (10mg/kg/SC) em duas aplicações com intervalo de 24 horas e uma terceira após sete dias, além de amoxicilina + clavulanato de potássio (12,5mg/kg/ BID/VO/7dias), dipirona (25mg/kg/SID/VO/7dias), cloridrato de tramadol (2mg/kg/BID/VO/5dias), prednisona (1mg/kg/SID/VO/3dias), bem como higienização local com NaCl a 0,9%. Após 15 dias do início do tratamento, houve melhora de aproximadamente 50% da HFMF, e após 60 dias houve resolução total do quadro. Estudos prévios apresentaram resultado semelhante com a utilização do aglepristone, cabergolina, metergolina ou bromocriptina como tratamento alternativo à mastectomia. Conclui-se que o protocolo com administração do aglepristone foi efetivo no tratamento da HFMF em macho, secundária à administração de contraceptivos.
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