Modelagem epidemiológica aplicada à avaliação do impacto econômico de surtos de febre aftosa
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Abstract
A taxa composta anual de crescimento (CAGR) das exportações brasileiras de carne bovina, medida em dólares americanos, no período de 2004 a 2014, foi de 11%. Não obstante a tendência de crescimento robusta, o valor dessa atividade econômica totalizou US$ 53 bilhões nos últimos dez anos. Dentre as enfermidades transfronteiriças, a febre aftosa é a que apresenta o maior potencial para interromper a tendência de crescimento dessa importante atividade econômica na região. A modelagem epidemiológica e econômica, em uma situação hipotética, é um instrumento valioso para subsidiar as decisões estratégicas aplicadas ao controle e prevenção de doenças transfronteiriças. O presente trabalho discute os resultados de uma simulação estabelecida para avaliar as consequências econômicas desencadeadas pela interrupção do programa de vacinação de bovinos contra a febre aftosa. Para isso, foi utilizado o simulador de propagação de doenças infecciosas norteamericano North American Animal Disease Spread Model 4.0 (NAADSM). A modelagem epidemiológica efetuada com o emprego do NAADSM foi eficiente na geração de dados utilizados para subsidiar decisões estratégicas em relação às melhores medidas de prevenção à Febre Aftosa. Como exemplo de aplicação do modelo foi realizada a simulação da ocorrência de um eventual surto de Febre Aftosa que se espalhasse pelo Estado do Mato Grosso. Nessa simulação foi considerado que 100% da população bovina estaria suscetível à infecção pelo vírus da FA no caso de uma reintrodução da doença pós-interrupção da vacinação. Considerou-se também que o surto seria controlado com o abate sanitário dos animais sem uso de vacinas. Nesse caso, o prejuízo total gerado por perdas diretas e indiretas aos pecuaristas do Estado do Mato Grosso, sem terem sido considerados possíveis impactos em outras atividades econômicas, chegaria a aproximadamente U$16 bilhões.
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