Estudo retrospectivo da anemia infecciosa equina na região médio-Norte Mato-Grossense, Brasil, 2006-2011
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Abstract
A Anemia Infecciosa Equina (AIE) é uma enfermidade de grande importância em sanidade equina, seja pelas perdas econômicas da debilitação progressiva do animal, seja pelo abate sanitário obrigatório em determinados estados. Causada por um Retrovirus, do gênero Lentivirus, a AIE acomete cavalos, asininos e muares. Devido à importância econômica e social da equideocultura, a vigilância epidemiológica dos rebanhos de equinos é de fundamental importância para detecção dos portadores da AIE, os quais, de acordo com a legislação vigente, devem ser submetidos à eutanásia. Mesmo que determinadas afecções de origem infecciosa sejam bem documentadas em outros ecossistemas, é bem provável que o ambiente amazônico apresente peculiaridades que interfiram em seu perfil epidemiológico. Devido à ausência de informações e dados da região médio-norte do Estado de Mato Grosso, o presente trabalho foi delineado para investigar a frequência de ocorrência de AIE em equídeos em municípios do médio-norte mato-grossense, entre os meses de janeiro de 2006 até novembro de 2011. Foram analisados os resultados de 17.263 exames realizados no laboratório credenciado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da cidade de Colíder-MT. As amostras foram submetidas à prova de Imunodifusão em Ágar Gel (IDGA) para detecção de AIE. Foram coletados ainda os dados das fichas de identificação dos animais submetidos ao IDGA durante os seis anos de estudo. As informações processadas foram: data do exame, município, espécie, sexo, idade e o resultado do IDGA. Do total de animais avaliados, 196 eram asininos, 10.175 equinos e 6.891 muares. Os resultados obtidos revelaram uma frequência de ocorrência de equídeos positivos para a AIE de 3,33% durante os seis anos do estudo. As frequências de ocorrência anual da AIE em equídeos nas regiões estudadas nos anos de 2006 a 2011 foram de: 3,76%; 4,26%; 2,89%; 3,11%; 2,89% e 2,40% respectivamente, onde houve diferença significante entre os valores encontrados nos anos avaliados. Quando foi avaliada a distribuição mensal acumulada (2006 a 2011) de animais positivos para AIE, foi verificado que o mês que apresentou maior frequência de ocorrência de equídeos soropositivos para AIE foi o mês de dezembro com 4,36%. Quando foi avaliada a distribuição sazonal da AIE durante os anos de 2006 a 2011, foi observado um aumento do número dos casos nos períodos de maior índice pluviométrico. Houve diferença significativa nas frequências de ocorrência de animais soropositivos segundo as suas respectivas faixas etárias. Em todos os anos avaliados, a maior frequência de animais positivos ocorreu em animais adultos com mais de oito anos de idade, variando de 4,28% a 5,91%. A frequência de ocorrência de equídeos soropositivos para AIE verificada no presente trabalho foi inferior à encontrada em outras regiões do país, o que justifica a intensificação das ações de Defesa Sanitária Animal na região médio-norte do Estado de Mato Grosso, Brasil.
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