Avaliação da sensibilidade de agentes causadores de mastite frente a antimicrobianos nas regiões sul e serrana do estado do Rio Grande do Sul, Brasil
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Abstract
A mastite ganha destaque no cenário da pecuária leiteira pela queda de produção, perda de qualidade de leite e gastos com medicamentos antimicrobianos. Nesse sentido, a resistência bacteriana aos antibióticos descrita para muitos produtos dificulta o controle da enfermidade. O presente trabalho investigou o perfil de resistência aos antimicrobianos frente aos microrganismos isolados em casos de mastite bovina. De janeiro a maio de 2016 foram efetuadas análises microbiológicas nos isolados dos quartos reativos ao teste do CMT (California Mastitis Tests) em cinco propriedades da região Serrana (A a E) e em cinco da região Sul (F a J) do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, totalizando 119 isolados. O teste de suscetibilidade a antimicrobianos foi realizado com o emprego da técnica de disco de difusão de Bauer. Os antimicrobianos testados foram: Bacitracina (10 μg/disco), Tetraciclina (30 μg/disco), Gentamicina (10 μg/disco), Ampicilina (10 μg/disco), Neomicina (30 μg/disco), Norfloxacina (10 μg/disco), Penicilina G (10 μg/disco), Cefalexina (30 μg/disco), e Trimetoprima (5 μg/disco). Os isolados dos animais das propriedades A, C e E apresentaram mais de 50% de resistência para pelo menos seis dos antibióticos testados. As amostras da propriedade C foram sensíveis apenas à Norfloxacina, e 100% dos isolados dessa propriedade foram Corynebacterium spp. A propriedade B foi a única da região serrana que apresentou isolados sensíveis a mais de um antibiótico (tetraciclina, gentamicina, neomicina e norfloxacina). Os isolados dos animais das propriedades D e F apresentaram baixas porcentagens de resistência (média de 20%). Nas amostras da propriedade G foram observadas a maior porcentagem de resistência (bacitracina 52,9%, gentamicina 64,7%, penicilina 52,9% e trimetoprima 76,8%), já para os outros antibióticos a resistência foi de 41%. Somente as amostras isoladas das propriedades B e J foram 100% sensíveis à tetraciclina. Os microrganismos isolados nas propriedades da região serrana foram significativamente mais resistentes que os isolados na região sul. Isso se justifica quando é considerado que, ao contrário da Serra Gaúcha, as propriedades do sul do Estado do RS recebem o acompanhamento técnico relacionado à sanidade da glândula mamária há mais tempo. A conclusão obtida foi que as resistências variam de propriedade para propriedade e de região para região.
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