Experiência de médicos-veterinários residentes e aprimorandos atuando com equipe multiprofissional em ações de educação em saúde e atenção primária
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Abstract
A publicação da Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, que inclui o médico-veterinário no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), foi um marco no reconhecimento da Medicina Veterinária como participante da área de saúde (Resolução CNS nº 287, de 8 de outubro de 1998). O conceito atual de família vem sendo repensado, levando-se em conta principalmente os laços afetivos (FARACO, 2008). Diante do fato de que os animais são considerados, cada vez mais, como membros da família, os médicos-veterinários residentes e aprimorandos do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo foram convidados a participar da Jornada Científica Acadêmica da Farmácia e Bioquímica, organizada por alunos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, coordenados e orientados por docentes, com objetivo de promover a atenção primária e a educação em saúde à população da cidade de Santa Cruz da Esperança (SP). Os residentes realizaram visitas domiciliares e aplicação de questionários para avaliação de aspectos populacionais, sanitários e de manejo dos animais, além de conhecimento da população acerca de zoonoses. Paralelamente, realizaram ações educativas com adultos e crianças, diálogo com agentes comunitários de saúde e campanha de vacinação antirrábica em parceria com o serviço de saúde local. Foram entrevistadas 33 pessoas, das quais 45% alegaram não ter nenhum conhecimento sobre zoonoses. Dentre os 65 animais avaliados, cerca de 27% eram criados de forma semi- -domiciliada, 58% não eram imunizados e 86% não eram castrados. Esse modelo de criação marcado por ausência de medidas profiláticas evidencia a ausência de orientações adequadas quanto à guarda responsável e favorece a ocorrência de situações que colocam em risco a vida dos animais e das pessoas. Considerando-se a família como um complexo sistema do qual fazem parte os animais de estimação, a ação evidenciou a importância da participação de médicos-veterinários em equipes multiprofissionais que devem atuar não apenas para mediar problemas ou abordar doenças, mas também no sentido de acolher e empoderar a unidade familiar, auxiliando a mobilizar recursos pessoais de enfrentamento e autogestão na elaboração de soluções.
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