Concentrações séricas de creatina quinase de éguas mangarlaga marchador durante treinamento
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Abstract
A creatina quinase (CK) é uma enzima que catalisa a transferência de fosfato da molécula de trifosfato de adenosina para produzir a creatina fosfato. Está presente na musculatura esquelética e sua concentração pode aumentar na corrente circulatória após lesão muscular. Este estudo objetivou investigar a adequação do protocolo utilizado no treinamento de éguas Mangalarga Marchador (MM) sobre a integridade muscular desses animais, através da avaliação das concentrações séricas de CK. Foram utilizadas sete éguas, treinadas durante 42 dias, de segunda a sábado, em esteira ergométrica (EE) e exercitador automático (EA), em dias alternados. Na EE, realizaram aquecimento prévio e 30 minutos de marcha em velocidade individual que variou de 3,6 a 4,4 m/s, correspondente a 80% da velocidade em que atingiram vo₂máx. No EA, caminharam a passo em velocidade de 1m/s por 60 min. As amostras de sangue foram coletadas pela manhã, antes do exercício na esteira, e as concentrações séricas de ck foram determinadas por espectofotometria. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, no qual cada equino representou um bloco, e os tratamentos foram constituídos pelos tempos de avaliação: antes, 15, 30 e 42 dias de treinamento. Os dados sofreram transformação radicial para alcançarem distribuição normal e foram submetidos à análise de regressão (p<0,05). A concentração sérica média de CK antes do treinamento (556,3 u/l) foi superior aos valores encontrados para equinos de enduro (100 a 300 u/l). Esse aumento pode estar relacionado ao estresse gerado pela adaptação das éguas, anteriormente mantidas a pasto, à nova rotina de confinamento em baias. Nesse período, os animais reagiam frequentemente ao cabresto, e os movimentos bruscos podem ter causado pequenas lesões musculares. Durante o treinamento, as médias aos 15 (297,7u/l), 30 (292,6u/l) e 42 dias (366,0u/l) não foram diferentes (p>0.05), e estavam dentro da faixa de normalidade, sendo inferiores à média obtida antes do treinamento. Os níveis séricos de ck obtidos durante o treinamento e a inexistência de sintomatologia clínica nos animais sugerem que o protocolo de treinamento utilizado foi adequado para preservar a constituição física dos equinos MM.
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