Variação sazonal da composição química do leite cru inspecionado nas indústrias e laticínios da região nordeste do Brasil
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Resumo
A região Nordeste do Brasil produz cerca de 13% da produção nacional, estimada em 30 bilhões de litros no ano de 2010. Essa produção é oriunda, principalmente, de pequenos produtores rurais e/ou agricultores familiares, o que reflete uma situação social na região. O conhecimento da composição química do leite nessa região, que apresenta ao longo do ano temperaturas que variam entre 20 e 30º C, precipitação pluviométrica bastante irregular, gado cruzado zebu-holandês (girolando) e alimentação baseada em pastos, permitirá o estabelecimento de diretrizes que possam orientar os produtores no manejo dos seus rebanhos e na comercialização do leite. Foram utilizadas 116.989 amostras de leite cru inspecionado das indústrias nos nove Estados do Nordeste do Brasil, no período de julho/2007 a junho/2010, referentes aos teores de gordura (G), proteína (P), lactose (L), sólidos totais (ST) e extrato seco desengordurado (ESD). Os dados foram divididos em três períodos, de acordo com a Instrução Normativa 51, e analisados segundo o PROC GLM (SAS). Os valores médios de G, P, L, ST e ESD foram 3,66 ± 0,53; 3,16 ± 0,22; 4,41 ± 0,18; 12,10 ± 0,66 e 8,44 ± 0,33, respectivamente. Maiores valores de G, P e ESD foram observados nos meses de abril e maio, correspondendo ao período de maior precipitação na região. Já valores mais baixos de G e P foram observados nos meses de outubro e novembro, correspondentes aos meses mais secos, enquanto ESD apresentou seu valor mais baixo no mês de março, quando ocorre a maior média de precipitação. Nos três períodos analisados houve diferenças significativas entre os constituintes avaliados, entretanto não se observou nenhuma tendência definida. Há diferenças importantes entre os Estados da região e isso reflete, provavelmente, condições peculiares de manejo e alimentação. Os resultados obtidos ressaltaram a importância da consideração das variáveis causais na composição do leite e a necessidade de se investir em programas de alimentação e melhoramento genético, que contribuam para o melhor desempenho da atividade leiteira na região.
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