Utilização de mamona detoxificada na alimentação de ovelhas durante períodos prolongados: aspectos macroscópicos e pesagem de diferentes órgãos
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Resumo
Atualmente, o farelo de mamona é um dos principais resíduos da cadeia do biodiesel, no nordeste do Brasil. No entanto, sua utilização como fonte alimentar tem sido limitada, devido principalmente à presença de substâncias tóxicas, tais como a ricina. Todavia, diversos pesquisadores tem desenvolvido técnicas para desnaturar essa proteína tóxica, tornando esse resíduo viável para ser utilizado na alimentação animal. Diante disso, é necessário que se avalie se a utilização desse resíduo altera o metabolismo e excreção animal, principalmente causando alterações hepáticas, pois o fígado é o principal órgão ligado ao metabolismo. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi verificar o peso e os aspectos macroscópicos de diferentes órgãos. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética para o Uso de Animais da Universidade Estadual do Ceará (Ceua-Uece), com o número de protocolo 09503497-8/82. O tratamento de detoxificação foi realizado mediante a adição de óxido de cálcio (CaO) ao subproduto, por ser uma técnica simples e comprovadamente eficaz. Vinte e quatro ovelhas pluríparas, com pesos homogêneos, foram divididas em dois grupos: o grupo-controle (n = 12), recebendo feno de tifton e concentrado (80% milho, 15% farelo de soja, 5% minerais); e grupo mamona detoxificada (n = 12), alimentadas com feno de tifton e concentrado com farelo de mamona detoxificada substituindo o farelo de soja. A dieta foi fornecida durante 18 meses. Ao final desse período, os animais foram abatidos e foi verificada a presença de alterações macroscópicas do coração, fígado, baço e rins, bem como tomado o peso desses órgãos. Os valores obtidos foram avaliados e comparados pelo programa Estatística, utilizando o peso individual do órgão, porém, no caso dos rins, foi utilizada a somatória do peso do par de órgãos. Todos os órgãos apresentavam aspectos macroscópicos normais. No entanto, houve diferenças significativas no peso do fígado (grupo controle: 440,83 ± 81,74 g; grupo mamona 511,67 ± 150,84 g; p < 0,05). Já com relação aos demais órgãos, não foi verificada diferença significativa (coração, grupo controle: 149,58 ± 23,50 g, grupo mamona: 158,7 5 ± 34,58 g; baço, grupo controle: 76,25 ± 19,08 g, grupo mamona: 70,45 ± 18,10 g; rins, grupo controle: 76,17 ± 12,10 g, grupo mamona: 82,50 ± 10,77 g, dados em média). Diante disso, foi possível a verificação de que a utilização do farelo de mamona na alimentação de ovinos, por longos períodos, pode induzir a distúrbios hepáticos.
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