Disfunção cognitiva canina mimetizando neoplasia cerebral: relato de caso
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Resumo
Os sintomas apresentados nas síndromes neurológicas, assim como no exame neurológico, auxiliam principalmente na localização de lesões estruturais quando há escassez de métodos de imagem mais apropriados para o correto diagnóstico das neuropatias, principalmente acometendo a região encefálica. No presente estudo, relata-se um canino com quadro de síndrome cerebral progressiva de forma aguda, apresentando alterações no exame clínico, sintomatologia e evolução compatíveis com quadro inflamatório ou neoplásico cerebral, sendo modificado o diagnóstico presuntivo após a realização de exame de ressonância magnética de crânio para processo degenerativo associado à disfunção cognitiva canina. Um labrador de 13 anos, macho, apresentou andar compulsivo e inclinação da cabeça para o lado direito, “headpressing” e vocalização noturna. No exame neurológico foi evidenciado um estado mental obnubilado e alterações no hemisaltitamento esquerdo, indicando uma lesão em córtex frontoparietal direito. Na ausência de sinais sistêmicos indicativos de outras doenças e com a suspeita clínica de síndrome cerebral foi empregado um tratamento com prednisolona, para descartar uma etiologia inflamatória. Diante da falta de resposta ao tratamento e da evolução relativamente acentuada passou-se a suspeitar de um processo neoplásico e foi solicitada uma ressonância magnética, que revelou: atrofia do parênquima cerebral, perda de definição do tecido cerebral, mais evidentes no córtex frontoparietal, discreta ventriculomegalia e ausência de formação neoplásica, mesmo após administração do contraste intravenoso. As alterações encontradas na ressonância magnética foram compatíveis com processo degenerativo cerebral, indicando um quadro de disfunção cognitiva canina. Após o tratamento com Cloridrato de Selegilina e Complexo vitamínico, o paciente apresentou melhora acentuada no período de dois meses, com redução de 70% da sintomatologia. A realização do exame clínico e neurológico permite a localização da lesão e interfere na escolha do método de imagem a ser adotado, de acordo com a localização e limitação de cada exame. Sendo assim, para o estabelecimento da doença, a realização de ressonância magnética e/ou tomografia computadorizada, bem como a biópsia com histopatológico são fundamentais para um diagnóstico definitivo, já que a sintomatologia é decorrente da localização da lesão.
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