Alterações eletrocardiográficas observadas em cavalos carroceiros de Pirassununga/sp
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Resumo
Os cavalos submetidos ao exercício intenso podem apresentar alterações no eletrocardiograma (ECG), assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os parâmetros eletrocardiográficos de cavalos que tracionam carroças e comparar os resultados com os parâmetros de cavalos que não realizam esta atividade. Método: Foram avaliados 15 cavalos que não realizam atividade física intensa ou de tração (grupo controle: 3 machos e 12 fêmeas, com 10±5 anos) e 15 cavalos que rotineiramente tracionam carroças (grupo carroceiro: 9 machos e 6 fêmeas, com 11±3 anos). Os cavalos foram mantidos em pé para a realização do ECG, durante o repouso, utilizando um eletrocardiógrafo com 12 derivações simultâneas (Cardiocare 2000-BIONET_), para o registro das derivações bipolares (DI, DII, DIII) e unipolares aumentadas (aVR, aVL, aVF), em sensibilidade N e velocidade 25mm/s. Foram mensurados os seguintes parâmetros: frequência cardíaca (FC), ritmo, eixo elétrico, amplitude e duração da onda P e do complexo QRS, duração dos intervalos PR e QT, avaliação do segmento ST e da onda T e escore cardíaco. A análise estatística foi feita pelo teste t pareado (P<0,05). Resultados e Discussão: O grupo controle apresentou FC = 56±12 bpm; taquicardia sinusal (60%), ritmo sinusal (33%) e taquiarritmia sinusal (7%); eixo elétrico 57± 57º; onda P = 0,07±0,03s x 0,19±0,05mV; QRS = 0,08±0,02s x 0,48±0,34mV; PR = 0,26±0,05s; QT = 0,43±0,05s; ST de morfologia normal (73%), com infra (20%) e supradesnível (7%); onda T negativa (54%), bifásica (33%) e positiva (13%) e escore cardíaco = 78,6±11,4ms. Em relação ao grupo controle, o grupo carroceiro apresentou uma FC menor (43±6 bpm) (P=0,003), predominância do ritmo sinusal (73%), maior observação de desvios do eixo para a direita (20%), aumento na amplitude das ondas P (0,26±0,08mV) (P=0,02), maior observação de onda P bífida (P=0,02) e aumento do intervalo QT (0,49±0,05s) (P=0,001). Os valores do QRS, eixo e do escore cardíaco e a morfologia do ST e da onda T não foram diferentes do controle. Conclusão: No grupo carroceiro, a maior observação de onda P bífida e o aumento do intervalo QT podem estar relacionados à FC mais baixa e o aumento da amplitude da onda P e os desvios do eixo elétrico, com a intensidade da atividade física. Os valores do escore cardíaco sugerem que os animais dos dois grupos não apresentam bom condicionamento físico.
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