Síndrome de horner em consequência a quemodectoma maligno em dobermann
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Resumo
A síndrome de horner (SH) ocorre devido à perda da inervação simpática do olho, caracterizada por miose; ptose palpebral; enoftalmia; prolapso da terceira pálpebra; aumento da temperatura da face e do pavilhão auricular externo; anisocoria; e vasodilatação cutânea com sudorese ipsilateral. Diversas causas de SH em cães já foram relatadas, como trauma em região cervical, osteotomia de ramo vertical da mandíbula, metástase de carcinoma de células escamosas para linfonodos retrofaringeos, linfoma, carcinoma de tireóide, colocação de tubo de drenagem torácica, neosporose, trauma em filhotes durante partos distócicos, cirurgia em região cervical, avulsão do plexo braquial, trauma em região periorbital e glioblastoma multiforme. Desta forma, objetiva-se relatar a ocorrência de SH por compressão cervical do tronco vago simpático. Foi atendida no Hospital Veterinário uma cadela de nove anos, dobermann, pesando 28 quilos, com aumento de volume em região cervical ventral direita de consistência firme e com crescimento progressivo há quatro meses. O animal apresentava dispnéia inspiratória, disfagia, ptose labial direita, sialorréia e aumento de volume em linfonodo pré-escapular direito. Ao exame clínico notou-se que a paciente apresentava SH em globo ocular direito. Como tratamento, optou-se pela ressecção da massa tumoral e juntamente foram removidos os nervos cervicais do tronco vago simpático, a artéria carótida e a veia jugular, pois a massa encontrava-se aderida e infiltrada a essas estruturas. Não ocorreram complicações no pós-operatório e através da análise histopatológica obteve-se o diagnóstico de quemodectoma. Após 30 dias, a paciente foi reavaliada e apresentava bom estado geral, porém a SH permanecia. Após 12 meses do procedimento, não foi encontrado recidiva da neoplasia. O quemodectoma é um tumor raro de células quimiorreceptoras, que detectam as mudanças da concentração de oxigênio, dióxido de carbono e pH sanguíneo. Esses tumores são comumente localizados na base do coração, podendo envolver o corpo aórtico e o corpo carotídeo. Geralmente esse tipo de tumor é benigno, com baixo índice de metástase. Assim, a remoção cirúrgica quando viável possibilita a cura. Contudo, neste caso o animal permaneceu com SH devido a perda permanente da inervação simpática do olho.
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