Correção cirúrgica de megaesôfago congênito por persistência de quarto arco aórtico direito em cão da raça Labrador
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Resumo
O megaesôfago de etiologia congênita ocorre durante a embriogênese defeituosa dos arcos aórticos, destes, a anomalia mais comum é a persistência do arco aórtico direito, que gera uma conexão da artéria pulmonar principal à aorta em posição anômala, esta resulta uma estenose esofágica extra luminal no nível da base cardíaca que culmina com sinais clínicos de regurgitação, baixo escore corporal e tosse. Foi atendido em um hospital veterinário na cidade de Mairiporã-SP uma cadela da raça labrador, preta, 30 dias de idade com sinais de regurgitação, soluço, distrição respiratória pós-prandial, baixo escore corporal e pústulas abdominais. Procedeu-se com exames complementares incluindo radiografia torácica simples e contrastada e revelou-se megaesôfago cranial a base cardíaca que sugeriu estenose esofágica compressiva. Optou-se por cirurgia aos 46 dias de idade do paciente através de anestesia geral aliada a eletro acupuntura e toracotomia no quinto espaço intercostal esquerdo, que evidenciou a faixa de estrangulamento esofágico gerado pelo ligamento arterioso da artéria pulmonar à aorta, diagnosticou-se persistência do quarto arco aórtico direito (PAAD) e com a dissecção do anel, liberação do esôfago de suas aderências fibróticas seguiu-se com a dilatação luminal esofágica com balão e posterior sondagem esofagogástrica cervical. Após toracorrafia e restabelecimento de pressão negativa torácica, o paciente foi internado e ficou sete dias para obter alta com prescrição de domperidona, amoxacilina com clavulonato e manejo da dieta. O paciente retornou ao serviço semanalmente com melhora gradativa dos sintomas. Radiografias contrastadas foram realizadas semanalmente e seguiu mensalmente com melhora importante da dilatação esofágica. Após um ano, o paciente se apresenta com ausência de sinais quaisquer, porém com sinais de subdesenvolvimento com relação aos irmãos de ninhada. Concluímos que o diagnóstico precoce e a intervenção cirúrgica, aliado ao manejo farmacológico e nutricional, melhor é o prognostico apesar do subdesenvolvimento observado.
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