Gastroenterite hemorrágica por Shigella sonnei em cão – Relato de caso
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Resumo
Shigella é um gênero de bactérias gram-negativas morfologicamente indistinguíveis de outras enterobactérias. Em primatas, este organismo causa enterite hemorrágica mucóide severa. Endotoxinas produzidas pela bactéria invadem o epitélio intestinal, resultando em necrose e hemorragia. As lesões são comumente ulcerativas e podem se disseminar para o cólon proximal e distal do intestino grosso com a evolução. Ao contrário dos primatas, cães são relativamente resistentes e gatos são altamente resistentes à infecção por Shigella spp. Relato de caso: Foi atendido no Setor de EIA da FMVZ – UNESP/ Botucatu, SP, um cão da raça Pinscher com dois anos de idade, fêmea, apresentando gastroenterite hemorrágica há dois dias. O hemograma revelou policitemia e leucopenia. Azotemia e aumento das enzimas hepáticas foram observadas na bioquímica sérica. Foi instituído terapia suporte com fluidoterapia e antibioticoterapia com ceftriaxona. O animal retornou após 8 dias apresentando piora do quadro. Um novo hemograma revelou leucocitose severa. Foi realizado exame coproparasitológico e cultivo microbiológico das fezes. No cultivo foi isolado a enterobactéria Shigella sonnei, sensível apenas à amipicilina, amoxacilina e sulfa no antibiograma; o coproparasitológico foi negativo. Prosseguiu-se o tratamento com ampicilina, fluidoterapia e probióticos. Após cinco dias, o animal ainda apresentava diarreia não hemorrágica intermitente e leucocitose moderada ao hemograma. Resultados e discussão: Shigella spp. são patógenos de primatas, primariamente. Cães podem se infectar pela ingestão de água e alimentos contaminados com fezes humanas. Há poucos relatos da infecção em animais domésticos. Crianças infectadas com ou sem diarreia podem apresentar quadro de septicemia. Manifestações sistêmicas da toxina em humanos infectados incluem doença renal e anemia hemolítica microangiopática. A cultura e antibiograma são fundamentais para diferenciação de outros enteropatógenos e instituição de antibioticoterapia efetiva. Conclusão: Cultura de fezes e antibiograma devem ser realizados em casos de enterites hemorrágicas não solucionadas com tratamento suporte inicial. Cuidados básicos de higiene devem ser reforçados na ocasião do diagnóstico em cães devido ao potencial zoonótico da infecção.
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