Município de Quirinópolis-GO em suposto foco da enfermidade ocorrido em 2006
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Resumo
Objetivando verificar a presença de carrapatos vetores em um suposto foco de febre maculosa (FM) em Quirinópolis, Goiás, carrapatos foram colhidos em 14 propriedades rurais e em cães da área urbana da cidade, onde houve caso suspeito de FM em uma criança no ano de 2006. Houve registro no Ministério da Saúde que considerou o caso da criança como compatível com FM, caracterizando-o como quadro de riquetsiose, diante do resultado gerado pela FIOCRUZ (RJ) com provas sorológicas pareadas com ambos os títulos reagentes à 64. Logo, procedeu-se a pesquisa da presença de vetores infectados com agentes da FM. Carrapatos foram então colhidos em animais parasitados, sendo esses identificados e submetidos ao PCR para detecção da presença de DNA de Rickettsia sp. Das propriedades rurais foram colhidos 675 exemplares de carrapatos (seis larvas, 79 ninfas e 587 adultos) parasitando equinos no meio rural de Quirinópolis, entre fevereiro e março de 2007. Os carrapatos adultos foram caracterizados como de três espécies: Rhipicephalus microplus (55 fêmeas e 17 machos); Dermacentor nitens (274 fêmeas e 235 machos) e; Amblyomma cajennense (cinco fêmeas e um macho). Este último foi observado em uma (7,1%) propriedade. Observou-se 1% de A. cajennense em relação ao total de carrapatos adultos, considerando 292 equinos. Os 89 carrapatos adultos (17 machos e 72 fêmeas) colhidos em 24 cães errantes urbanos foram caracterizados como Rhipicephalus sanguineus, igualmente aos 20 carrapatos adultos (4 machos e 16 fêmeas) colhidos em dois cães da residência do suposto caso humano de FM. Após a identificação, seguiu-se o protocolo de extração de DNA. A presença de DNA riquetsial foi verificada por meio da amplificação de um fragmento de 401 pb do gene cintrato sintase (gltA). Foram utilizados os oligonucleotídeos iniciadores CS- 78 (forward) e CS-323 (reverse). No entanto, a presença de DNA riquetsial não foi observada ao PCR em nenhum dos carrapatos colhidos. O principal vetor de FM foi identificado na região alvo do estudo. Sugere-se que futuros estudos devam abranger também ectoparasitos de vida livre, maior número de amostras, melhor distribuição das amostras no território de Goiás e que abranja também o ambiente silvestre, a fim de se constatar a real ausência de vetores infectados com Rickettsia sp.
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