Carcinoma de células escamosas multicêntrico, com apresentação “in situ”, associado à formação de cistos epidérmicos em um cão

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Rodrigo dos Santos Horta
Gleidice Eunice Lavalle
Mariana de Pádua Costa
Paulo Ricardo de Oliveira Paes
Roberto Baracat de Araújo

Resumo

O carcinoma de células escamosas “in situ”, citomorfologicamente maligno, apresenta-se restrito ao epitélio, sem invasão da membrana basal, sendo classificado como uma lesão pré-maligna, passível de progressão e metástase se o tratamento não for instituído. A apresentação multicêntrica, normalmente encontra-se relacionada à exposição a radiação ultravioleta e desenvolvimento inicial de dermatite actínica, no entanto, raramente pode desenvolver-se independentemente da exposição solar, em localização variável, sendo denominada Doença de Bowen. O presente trabalho relata o desenvolvimento do carcinoma de células escamosas em múltiplos sítios, associado à áreas de formação de cisto epidérmico em uma cadela, não castrada, com oito anos de idade, da raça Lhasa-apso. A paciente foi atendida apresentando lesões nodulares, de tamanho variável, localizadas próximo à vulva, na cauda, pescoço e região dorso-lombar. A punção aspirativa por agulha fina, seguida de exame citológico de todas as lesões, foi sugestiva de cisto de inclusão epidérmica, no entanto, uma vez que a paciente apresentava histórico de carcinoma invasor de células escamosas, tratado cirurgicamente há dois meses, optou-se pela exérese das lesões com amplas margens, incluindo caudectomia. O exame histopatológico revelou proliferação neoplásica epitelial, não encapsulada, bem delimitada, expansiva, com células dispostas em ninhos e em cordões sem invasão da membrana basal, associada às áreas multifocais com lamelas concêntricas de queratina (pérolas córneas) e estruturas císticas revestidas por epitélio simples pavimentoso a cúbico com cristais de colesterol em seu interior, compatível com carcinoma de células escamosas “in situ” associado à cisto epidérmico. O exame imuno-histoquímico revelou índice de proliferação celular (Ki-67) de 10% e marcação citoplasmática, para COX-2, de intensidade fraca, em 40% das células neoplásicas. A quimioterapia sistêmica foi indicada, para complementação terapêutica das lesões invasoras diagnosticadas anteriormente, mas o proprietário se mostrou resistente e optou pela complementação com o firocoxib, na dose diária de5mg/kg, por via oral. O caso relatado sugere possível progressão do cisto epidérmico para áreas carcinomatosas “in situ” e invasoras, sendo importante considerar a exérese precoce dessas lesões, e destaca, ainda, a importância da imuno -histoquímica para predição do prognóstico e tratamento a ser instituído, para o carcinoma de células escamosas no cão.

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Como Citar
HORTA, R. DOS S.; LAVALLE, G. E.; COSTA, M. DE P.; PAES, P. R. DE O.; DE ARAÚJO, R. B. Carcinoma de células escamosas multicêntrico, com apresentação “in situ”, associado à formação de cistos epidérmicos em um cão. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 3, p. 92-92, 11.
Seção
RESUMOS CONBRAVET