Avaliação microbiológica de úteros de cadelas em castrações eletivas
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Resumo
Foi realizado um estudo microbiológico do útero de cadelas em castrações eletivas. As amostras foram coletadas de 30 fêmeas participantes do Projeto de Controle Populacional de Animais de Estimação, projeto esse realizado por meio de um convênio entre a Prefeitura Municipal de Uberlândia e o Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia. As cadelas foram submetidas à técnica de ovariosalpingohisterectomia (OSH), e a colheita da secreção do corpo uterino foi efetuada durante a intervenção cirúrgica, com auxílio de swab estéril. O material coletado foi armazenado em B.H.I. (Brain Heart Infusion), caldo de enriquecimento bacteriano, e encaminhado aos laboratórios de análise. As amostras foram mantidas em estufa a 37°C por 24 a 48 horas e, após esse período, foi observada a turvação, sendo, então, semeadas em placas contendo ágar sangue e meios seletivos estéreis. Foram novamente incubadas à mesma temperatura e tempo, citados anteriormente, para crescimento bacteriológico. Colônias bacterianas típicas de cada meio foram submetidas ao estudo microscópico por meio de esfregaços corados pelo método de Gram, testes bioquímicos e, para três amostras, a cultura automatizada (VITEK2®). Os resultados demonstraram ausência de bactérias em 13 amostras (43,34%) e presença em 17 (56,66%), sendo que em duas delas foram observados mais de um microrganismo, totalizando 19. Os principais agentes isolados foram: Staphylococcus spp. em nove amostras (47,4%), Bacillus spp. em cinco (26,4%), espécies de bacilos gram negativos não fermentadores em quatro (21%), Sphingomonas paucimobilis em uma (5,2%). Alguns achados dessa pesquisa assemelham-se aos obtidos por outros autores que, avaliando a microbiota normal de cães, também encontraram, em maior frequência, no útero das cadelas sadias Staphylococcus spp. (42,85%), porém não constataram presença de Bacillus spp. em úteros saudáveis, apenas em cadelas portadoras de piometra, numa frequência de 28,57%. O isolamento de bactérias em 17 cadelas (56,66%) das 30 avaliadas sugeriu que a maioria dos úteros estavam colonizados por uma microbiota aeróbia residente, confirmando a presença de microrganismos como possível risco ao pós-operatório da OSH. A presença de microrganismos encontrados nessa pesquisa indica que é conveniente que a clínica cirúrgica seja ainda mais criteriosa com a escolha de antimicrobianos pós OSH, e que este tipo de cirurgia seja o menos invasiva possível.
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