Anestesia epidural e amputaçâo de pênis prolapsado em jabutipiranga (geochelone carbonaria):
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Resumo
O Jabuti-piranga (Geochelone carbonaria) é o quelônio mais mantido em cativeiro, tratado como animal de estimação, devido a fatores culturais e ao amplo comércio ilegal. O prolapso peniano é um dos principais problemas que acometem esses animais nessas condições, devido aos acidentes no momento do acasalamento, como movimentação repentina dos animais, estiramento do órgão e traumas em pisos abrasivos. Nesses casos, a única alternativa é a amputação peniana. Este trabalho relata o caso de um jabuti-piranga (Geochelone carbonaria) encontrado pelo proprietário com o pênis exposto e levado para atendimento na Universidade Federal de Alagoas. Segundo o proprietário, o animal estava prostrado e anoréxico, pois não se alimentava há quatro dias. Ao exame físico, o animal apresentava prolapso peniano, com inflamação, escoriações e falta de retração peniana, além de alteração de cor e odor fétido. Após antissepsia local com iodopirrolidona, o paciente foi submetido à indução anestésica com ketamina (30 mg/kg) e Diazepan (1 mg/kg) via intramuscular e lidocaína (0,3 ml a 2%) epidural intercoccígea (Cc1-Cc2) com agulha 25x07. Com o paciente anestesiado, em decúbito dorsal, promoveu-se a antissepsia da região pericloacal. O miorrelaxamento peniano foi satisfatório, promovendo exposição completa e posicionamento do órgão sobre o plastrão. Os corpos cavernosos foram transfixados individualmente com Fio Poliglecaprone 25 nº 0. A amputação foi realizada 1,5 cm proximal ao tecido desvitalizado, assegurando-se de que este fora totalmente removido. A sutura do coto peniano foi realizada em padrão único contínuo Shimidden, também com fio de poliglecaprone. No pós-operatório, o animal recebeu enrofloxacina (10 mg/kg/IM/SID/5 dias), sendo submetido a hidratação oral com soro glicosado 5% (10 mL/kg/hora) até retorno de alimentação após 48 horas e uso de suplemento vitamínico nos 10 primeiros dias de pós-operatório (Glicopan Pet- 5 gotas ao dia). Conclui-se que a anestesia epidural potencializou a analgesia no paciente e o miorrelaxamento peniano, sendo de fácil execução e alta segurança. Além disso, o uso de sutura com fio pologlecaprone e padrão Shumidden possibilitou menor tempo cirúrgico e não houve a necessidade de retirada de pontos, diminuindo o estresse do animal.
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