Carcinoma de células escamosas facial em cavalo árabe

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Ludmila de Lima Trindade
Nara Araújo Nascimento
Danielle Nascimento Silva
Gessica Aline Cruz Machado
Marcos Chalhoub Coelho Lima
Tiago da Cunha Peixoto

Resumo

Descreve-se um caso de carcinoma de células escamosas (CCE) facial em equino. Em setembro de 2012, um cavalo Árabe, com 18 anos e pelagem preta, oriundo do município de Catú-BA, exibia grave lesão facial de crescimento rápido e emagrecimento progressivo. Segundo o proprietário, em novembro de 2011 o animal apresentou massa com 10cm na região chanfro, que foi cauterizada e recidivou após cinco meses. Ao exame clínico apresentou sialorreia, dificuldade na apreensão de alimentos e caquexia. Devido ao agravamento do quadro, o proprietário optou pela eutanásia. À necropsia, foi encontrada uma proliferação exofítica, ulcerada (15,2x9,3cm), com necrose e exsudato purulento. Verificou-se que a neoplasia iniciara-se sobre o cordão (fina mancha despigmentada na pelagem entre fronte e narinas), era intensamente infiltrativa, se estendia para a região médio-lateral nasal direita, face direita da maxila e mandíbula, região submandibular e, em menor grau, para o lado esquerdo da face. Havia infiltração do palato duro com ulceração (3,2x2,0cm), mobilidade dos dentes incisivos superiores e fístulas entre cavidade nasal e pele. Ao corte da massa, linfonodos e musculatura regional, foi constata a invasão neoplásica de consistência firme, superfície compacta e esbranquiçada com pequenos focos (0,2 a 0,6cm) amarelados. Fragmentos da lesão foram fixados em formol a 10% e enviados para o LPV-UFBA. Microscopicamente, foi evidenciada a proliferação de células epiteliais atípicas, arranjadas sob forma de ilhas ou trabéculas, com núcleos arredondados a ovóides, levemente cromáticos, vesiculares, nucléolos evidentes e volumoso citoplasma eosinofílico, havia marcada diferenciação escamosa e, em algumas áreas, formação incipiente de “pérolas de queratina” e intensa reação desmoplásica; índice mitótico elevado e infiltração tumoral em vasos linfáticos. O diagnóstico de CCE moderadamente diferenciado foi baseado nos achados clinicopatológicos e microscópicos. CCE são tumores malignos, com crescimento lento, localmente invasivo e não-metastático, contudo, CCE induzidos por radiação solar metastatizam tardiamente para linfonodos regionais. Fatores predisponentes incluem prolongada exposição à luz UV, falta de pigmento e pelos na pele. Neste caso, a neoplasia originou-se na área restrita da pele despigmentada do chanfro. Cabe ressaltar que, devido à localização geográfica e clima tropical, animais criados extensivamente na Bahia são expostos cronicamente à elevada incidência de raios UV, o que predispõe a ocorrência de CCE.

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Como Citar
TRINDADE, L. DE L.; NASCIMENTO, N. A.; SILVA, D. N.; MACHADO, G. A. C.; LIMA, M. C. C.; PEIXOTO, T. DA C. Carcinoma de células escamosas facial em cavalo árabe. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 12, n. 1, p. 73-73, 24 out. 2014.
Seção
RESUMOS CONBRAVET