Aumento da parasitemia de anaplasma marginale após pneumonia em bovino - relato de caso
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Resumo
O Anaplasma marginale pode permanecer com baixa parasitemia nos animais após a infecção, fazendo com que os bovinos tornem-se portadores. O objetivo deste trabalho é descrever o aumento da parasitemia do Anaplasma marginale após pneumonia em bovino. O animal, da espécie Bos taurus, raça holandesa, cinco anos de idade, fêmea, pertencente a um rebanho leiteiro do Sudoeste do Paraná, apresentou sinais clínicos compatíveis com pneumonia, como temperatura corporal de 40ºC, secreção nasal purulenta, dispnéia, estertor pulmonar, mucosas levemente cianóticas. A ocorrência foi registrada no período de inverno. O bovino foi submetido ao tratamento com o antimicrobiano enrofloxacino durante quatro dias e com o anti-inflamatório flunixin meglumine por três dias,apresentando aparente recuperação. Dez dias após o primeiro episódio clínico, ocorreu recidiva do quadro. Nesta ocasião, ao exame físico foi constatado mucosas levemente ictéricas, apatia, aumento da frequência respiratória e cardíaca. Foi realizada a coleta de sangue para pesquisa de hemoparasitos e realização de hemograma. No esfregaço sanguíneo foram observadas hemácias parasitadas por Anaplasma marginale. O eritrograma estava dentro dos parâmetros normais para a espécie (hematócrito=31,5%, número de hemácias=6,97 x 106, e hemoglobina=12,5 g/dl). O leucograma mostrou-se alterado, com aumento dos leucócitos totais (41.600/μl), por aumento dos neutrófilos segmentados (26.208/μl), bastonetes (1.664/μl) e monócitos (5.824/μl). Apesar da presença do Anaplasma marginale no esfregaço sanguíneo, e da ocorrência de icterícia pela provável destruição das hemácias pelo agente, o tempo decorrente do início da parasitemia até a coleta da amostra sanguínea pode não ter sido suficiente para destruir grande número de hemácias e causar anemia, embora os valores da série vermelha estivessem chegando próximo aos limites inferiores de normalidade para a espécie. No leucograma foi registrada uma leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda regenerativo, caracterizando o processo inflamatório tecidual da pneumonia. A monocitose reflete a produção de citocinas pelo tecido inflamatório, e a liberação destas células pela medula óssea, devido a necessidade tecidual. Conclui-se que a pneumonia causou uma demanda tecidual de células de brancas, ocasionando debilidade do sistema de defesa do organismo, o que permitiu um aumento da parasitemia em um animal portador de Anaplasma marginale.
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