Rodrigo Freitas Bittencourt
Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Anatomia, Patologia e Clínicas, Salvador, BA
Marcus Chalhoub
Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Anatomia, Patologia e Clínicas, Salvador, BA
Marcus Vinícius Galvão Loiola
Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Anatomia, Patologia e Clínicas, Salvador, BA
Alexandra Soares Rodrigues
Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Anatomia, Patologia e Clínicas, Salvador, BA
Priscila Assis Ferraz
Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Anatomia, Patologia e Clínicas, Salvador, BA
Antônio de Lisboa Ribeiro Filho
Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Anatomia, Patologia e Clínicas, Salvador, BA
Resumo
Uma das grandes dificuldades na andrologia e identificar testes que possibilitem estimar a fertilidade do reprodutor ou de determinada amostra de sêmen congelada, devido a baixa ou ausência de correlação entre as avaliações in vitro e a fertilidade in vivo. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a ocorrência de correlações positivas entre os diferentes testes de avaliação espermática realizados in vitro e a sua fertilidade in vivo. Para tanto, 44 amostras de sêmen foram descongeladas e submetidas as avaliações espermáticas in vitro. As características de cinética espermática avaliadas (IVOS 12, Hamiton Thorn Biosciences, Beverly, MA, EUA) foram: motilidade total (MT, %), motilidade progressiva (MP, %), espermatozoides rápidos (RAP, %), velocidade progressiva (VSL, μm/s), velocidade curvilínea (VCL, μm/s), velocidade de trajeto (VAP, μm/s), deslocamento lateral de cabeça (ALH, μm), frequência de batimento flagelar (BCF, Hz), linearidade (LIN, %) e retilinearidade (STR, %). A analise da viabilidade espermática foi realizada com a associação das sondas fluorescentes iodeto de propridio (IMP, integridade de membrana plasmática), JC-1 (PMM, potencial de membrana mitocondrial) e PSA (IAC, integridade acrossomal), além do teste supravital com o corante eosina (SV). A integridade do DNA foi analisada pelo teste Cometa. Então, cento e setenta fêmeas foram inseminadas com o sêmen congelado. Para a análise estatística das características avaliadas, foi empregado o programa estatístico (SAS), versão 5.0 (1996). Pode-se observar as correlações significativas entre a MP e as velocidades espermáticas (VAP, VSL) (r=0,52 e r=0,65, P<0,0001) e entre a MP e a LIN (r=0,48, P<0,0001). Verificou-se que a taxa de integridade da membrana plasmática, obtida pelo teste supravital (SV) demonstrou correlações positivas e altamente significativas (P<0,001) com todos os parâmetros de integridade das membranas espermáticas (IMP, IAC e PMM) e com a MT. O mesmo padrão foi verificado para a IMP. Correlação positiva (r=0,34, P<0,05) importante foi observada entre IMP e parâmetros que avaliam os níveis de lesão do DNA espermático. O PMM não apresentou correlação com nenhum dos parâmetros da cinética espermática, mas apresentou correlação (P<0,05) com os parâmetros relacionados a integridade da membrana plasmática (SV e IMP). Verificou-se que todos os parâmetros de integridade das membranas espermáticas correlacionaram-se entre si de forma positiva (P<0,05), exceto PMM e IAC. As interações evidenciadas entre IAC e SV e IAC e IMP foram de alta magnitude e alta significância (r=0,71 e r=0,76, P<0,0001). Por fim, não foi observada nenhuma correlação significativa entre a taxa de prenhez e os parâmetros espermáticos estudados, o que ressalta a dificuldade que se tem na predição da fertilidade espermática, mesmo com a evolução exponencial das técnicas de avaliação da qualidade seminal.