Roberto Viana Menezes
Universidade Federal da Bahia, Centro de Desenvolvimento da Pecuária, Santo Amaro, BA
Eliene Barbosa de Lima
Universidade Federal da Bahia, Centro de Desenvolvimento da Pecuária, Santo Amaro, BA
Tiago da Cunha Peixoto
Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária, Departamento de Patologia e Clínicas, Salvador, BA
Margareth Moura Ferreira
Universidade Federal da Bahia, Centro de Desenvolvimento da Pecuária, Santo Amaro, BA
Hllytchaikra Ferraz Fehlberg
Universidade Estadual de Santa Cruz, Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais, Ilhéus, BA
Gabriela dos Santos Santana
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, BA
Ticianna Conceição de Vasconcelos
Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Salvador, BA
Resumo
É descrito um caso clínico de Febre Catarral Maligna em um bovino. No dia 18 de Julho de 2013, foi atendido na Clínica de Ruminantes do Centro de Desenvolvimento da Pecuária (CDP), um bovino, macho, mestiço, com idade de um ano, que apresentava apatia, diminuição dos reflexos, opacidade bilateral de córnea, secreção nasal mucopurulenta bilateral, erosão e crosta nas narinas, ulcerações na mucosa da boca, gengiva e interdigitais, decúbito esternal, normotermia, fezes líquidas escuras e fétidas. Após o diagnóstico clinico suspeitou-se de doença das mucosas e febre catarral maligna. O animal foi isolado e, por apresentar prognóstico desfavorável, foi submetido à eutanásia no dia seguinte, realizando-se necropsia com a retirada de fragmentos teciduais para exames histopatológicos. Ao exame necroscópico foram observadas opacidade da córnea, erosões e ulcerações em várias regiões das mucosas do trato alimentar e respiratório, linfonodos superficiais aumentados. Hiperemia da banda coronária dos cascos e úlceras nos espaços interdigitais de todos os membros. Os achados histopatológicos do SNC, rins e pulmões, revelaram moderado infiltrado inflamatório mononuclear. O diagnóstico confirmatório foi firmado pela observação na Rete mirabile carotídea, onde apresentou intenso infiltrado inflamatório mononuclear na túnica média e adventícia das artérias, algumas exibindo evidente necrose fibrinóide da parede. Dessa forma, conclui-se que os achados epidemiológicos, clínico-patológicos e histopatológicos foram característicos de febre catarral maligna.