Intoxicação por amônia em ruminantes

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Jéssica Damiana Pereira Soares
Eric Andrade Luz
Juliana Frazão Campos
Anna Fernanda Machado Sales da Cruz Ferreira

Resumo

Os ruminantes são herbívoros, entretanto, apresentam um melhor ganho de peso quando alimentados com forragem associada à suplementação com ração concentrada. Devido aos altos custos dos farelos protéicos, muitos pecuaristas utilizam nitrogênio não protéico, especialmente a uréia, junto às misturas minerais no chamado “sal proteinado”, ou com outros alimentos, como cana de açúcar, melaço e silagem de milho (KITAMURA et al., 2010). Embora proporcione algumas vantagens na alimentação de bovinos, a sua utilização inadequada pode acarretar alcalose ruminal e óbito, principalmente por intoxicação aguda. Apesar de ser conhecida como intoxicação por uréia, a hidrólise ruminal desse composto origina o acúmulo de amônia, que, quando absorvida em grande quantidade, desencadeia um grave quadro tóxico (HALIBURTON; MORGAN, 1989). Os surtos de intoxicação ocorrem subitamente, devido à rápida transformação de uréia em amônia e consequente absorção e migração tecidual, bloqueando o ciclo de Krebs, aumentando a glicólise anaeróbica e impedindo a respiração celular, ocasionando acidose metabólica, hipercalemia terminal e parada cardíaca. A amônia interfere no sistema nervoso central e periférico, aumentando a condução nervosa, provocando tetania e convulsões, atonia ruminal e timpanismo secundário, além de edema pulmonar devido ao seu potencial irritante a esse tecido. O diagnóstico baseia-se, principalmente, na anamnese e observação da sintomatologia característica (KITAMURA et al., 2010).O tratamento deve ser precoce, com administração de ácido acético para diminuir o pH ruminal e a absorção de amônia. Segundo Radostitset al. (2007), o resultado é incerto e provavelmente ineficiente. Entretanto, se além do ácido acético, associa-se hidratação intravenosa e furosemida há maior índice de sucesso possivelmente devido à maior excreção urinária de amônia comprovando que o pleno funcionamento renal favorece a eliminação da amônia circulante e acelera o processo de desintoxicação. Os quadros súbitos nem sempre respondem satisfatoriamente ao tratamento, sendo o principal deles a administração enteral de ácido acético, transformado amônia em amônio, reduzindo pH ruminal e absorção desse composto. É essencial que a ureia seja dada de forma progressiva, até que o organismo do ruminante possa adaptar-se a essa fonte de nitrogênio não proteico evitando o aparecimento de casos da doença.

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Como Citar
SOARES, J. D. P.; LUZ, E. A.; CAMPOS, J. F.; FERREIRA, A. F. M. S. DA C. Intoxicação por amônia em ruminantes. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 12, n. 3, p. 83-83, 6 mar. 2015.
Seção
RESUMOS CONBRAVET