Fábio Santos Carvalho
Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA
Josiane Moreira Rocha
Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA
Amauri Arias Wenceslau
Universidade Estadual de Santa Cruz, Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais, Ilhéus, BA
Haniel Cedraz de Oliveira
Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA
Ivanildo dos Anjos Santos
Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA
Eduardo Gross
Universidade Estadual de Santa Cruz, Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais, Ilhéus, BA
Resumo
A Bahia é o estado da região Nordeste com maior número de registros de leishmaniose em humanos.Os cães também podem se infectar e tem importante papel na manutenção da doença no ambiente urbano. Sendo assim, objetivou-se investigar a ocorrência de leishmaniose visceral canina em animais das unidades de Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Bahia utilizando técnicas sorológicas e moleculares. Foram examinados 100 cães dos CCZ dos municípios Barreiras, Eunápolis, Ilhéus, Itabuna e Feira de Santana. Após exame clínico dos animais coletou-se 10 mL de sangue da veia jugular para avaliação hematológica, extração de DNA e obtenção de soro. O DNA genômico foi extraído utilizando-se fenol:clorofórmio:álcool isoamilico (25:24:1). O diagnóstico sorológico foi realizado com a reação de ELISA (kit EIE-LVC Bio-Manguinhos®). O diagnóstico molecular foi realizado com os primers 5’CTTTTCTGGTCCCGCGGGTAGG3’ e 5’CCACCTGGCCTATTTTACACCA3’ para detecção de L. infantum. Os resultados foram visualizados em gel de agarose 2%. No diagnóstico sorológico 40 (40%) dos cães foram reagentes. No diagnóstico molecular foram detectados oito (5,44%) animais positivos para L. infantum, sendo três animais do CCZ de Eunápolis e cinco animais do CCZ de Barreiras. Comparando-se o diagnóstico sorológico e molecular, cinco (62,5%) animais foram positivos em ambos os testes e três (37,5%) foram negativos no ELISA e positivos na PCR, sugerindo que os animais não apresentam níveis de anticorpos detectáveis pelo método empregado. Os demais cães reagentes no ELISA que tiveram a PCR negativa podem indicar a ocorrência de reações cruzadas com outras espécies de Leishmania, ou ainda de membros da família dos Trypanosomatidae, Dois cães que não apresentavam alterações clínicas e hematológicas no momento da coleta foram diagnosticados positivos pelo método molecular. As características geo-climáticas das regiões, associadas a presença do vetor, justificam os resultados.