Distribuição de espécies e de perfis de susceptibilidade a antimicrobianos de Enterococcus isolados da microbiota intestinal de aves de rapina no Rio de Janeiro

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Andréa de Andrade Rangel de Freitas
Filomena Soares Pereira da Rocha
Daniel Marchesi Neves
Jeferson Rocha Pires
Lúcia Martins Teixeira

Resumo

Os Enterococcus são importantes agentes de infecções oportunistas em humanos e animais e estão associados à crescente ocorrência de resistência a múltiplos antimicrobianos. Considerando estes aspectos e a ampla distribuição desses microrganismos na natureza, torna-se relevante rastrear a susceptibilidade a antimicrobianos entre amostras deste gênero em diferentes reservatórios. Dessa forma, o presente trabalho foi delineado para avaliar a susceptibilidade a antimicrobianos entre amostras de Enterococcus isoladas de aves de rapina. Para tal, foi coletado material fecal, com auxílio de swabs, da cloaca de 62 aves pertencentes a 11 diferentes espécies de Falconiformes e Strigiformes. Os materiais foram coletados das aves mantidas em cativeiro, ou recém admitidas no Centro de Triagem de Animais Silvestres do Rio de Janeiro e no Centro de Recuperação de Fauna da Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, entre janeiro e julho de 2013. Os materiais fecais foram semeados em caldo Enterococcosel e, após incubação a 36ºC/24-48h, alíquotas das culturas foram semeadas em meio de agar Enterococcosel. A partir de cada cultura, cinco colônias sugestivas de Enterococcus foram posteriormente semeadas em meio de agar sangue. Em seguida, as colônias que apresentaram aspectos morfológicos diferenciados foram selecionadas para identificação quanto ao gênero e espécie, de acordo com características morfológicas, tintoriais e bioquímicas. As amostras bacterianas foram submetidas a testes de susceptibilidade a 18 antimicrobianos, com o método de difusão a partir de discos, seguindo-se as recomendações do CLSI (documentos M31-A3, 2009 e M100-S22, 2012). Amostras de Enterococcus foram isoladas de 59 (95,2%) aves. E. faecalis foi a espécie mais prevalente, representando 73,9% das 88 amostras de Enterococcus isoladas. As demais espécies identificadas foram: E. hirae (12,5%); E. faecium (6,8%); E casseliflavus(3,4%); E. gallinarum (2,3%) e E. raffinosus (1,1%). Os percentuais de amostras não susceptíveis aos antimicrobianos testados foram: ciprofloxacina, 43,2%; cloranfenicol, 5,7%; enrofloxacina, 81,8%; eritromicina, 64,7%; estreptomicina, 4,5%; levofloxacina, 2,3%; linezolida, 9,1%; nitrofurantoína, 14,8%; norfloxacina, 13,6%; penicilina, 1,1%; quinupristina/dalfopristina, 72,7%; rifampicina, 48,8%; tetraciclina, 6,8% e vancomicina, 5,7%. Todas as amostras foram susceptíveis à ampicilina, fosfomicina, gentamicina e teicoplanina. Considerando a natureza predatória das aves de rapina, o estudo das características de Enterococcus presentes no trato gastrintestinal dessas aves pode contribuir para elucidar aspectos da presença e circulação ambiental desses microrganismos.

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Como Citar
FreitasA. de A. R. de; RochaF. S. P. da; NevesD. M.; PiresJ. R.; TeixeiraL. M. Distribuição de espécies e de perfis de susceptibilidade a antimicrobianos de Enterococcus isolados da microbiota intestinal de aves de rapina no Rio de Janeiro. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 12, n. 3, p. 96-96, 6 mar. 2015.
Seção
RESUMOS CONBRAVET