Valéria Melo Mendonça
Instituto Federal de Sergipe, Núcleo de Estudos Agroecológicos, Departamento de Agroecologia, São Cristovão, SE
Danielle Pereira Santos
Instituto Federal de Sergipe, Núcleo de Estudos Agroecológicos, Departamento de Agroecologia, São Cristovão, SE
Jessica Raville Pimentel Oliveira
Instituto Federal de Sergipe, Núcleo de Estudos Agroecológicos, Departamento de Agroecologia, São Cristovão, SE
Resumo
O presente trabalho avaliou a utilização do extrato aquoso de folhas frescas de Nim (Azadirachta indica) no combate as larvas do Aedes aegypti no município de São Cristóvão-SE. Os experimentos foram conduzidos nos laboratório de Entomologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e Biologia do Instituto Federal de Sergipe (IFS) - Campus de São Cristóvão no período de janeiro a fevereiro de 2013. Para a produção do extrato aquoso a 10% foram coletadas somente as folhas de Nim, sendo utilizadas 25g de folhas por 250 ml de água comum, que foram trituradas em liquidificador e após período de descanso de 12 horas a solução foi filtrada em uma peneira e armazenada em recipiente de vidro a temperatura ambiente, sendo utilizada de imediato no experimento. Foram formados cinco grupos de soluções para imersão das larvas: Água comum, Álcool etílico, extrato de Nim a 10%, Temefós e Diflubenzuron PM 25%, sendo os dois últimos diluídos na concentração recomendada pelo Ministério da Saúde. As larvas do Aedes aegypti foram obtidas no laboratório de parasitologia da UFS-SE. Estas foram selecionadas utilizando-se uma pipeta, e o critério de escolha foi sua fase larval no 2° e 3° estágio (L2 e L3), em seguida, foram acondicionadas em copos descartáveis contendo 20 mL de água, em grupos de vinte larvas para cada tratamento e três repetições. O ciclo larval do mosquito foi observado durante o período de três dias consecutivos, e ao final contou-se a população viva e a população morta por tratamento. Nesta pesquisa não foi observada a eficácia do extrato líquido de Nim a 10%, pois, não ocorreu mortalidade no período de 24 a 72 horas. O efeito larvicida não foi comprovado, talvez devido ao curto tempo (três dias) ao qual as larvas foram expostas ou devido a alta concentração do extrato (10%). No entanto, os resultados obtidos para o Temefós e o Diflubenzuron foram semelhantes ao do extrato de Nim, não ocorreu mortalidade em nenhum dos tratamentos, e as amostras controles (água e álcool) se comportaram como se esperava com larvas vivas na água e efeito larvicida nas amostras do álcool. Neste contexto, a conclusão obtida foi que o extrato aquoso das folhas de Nim a 10% não apresentou ação larvicida in vivo, mas outros estudos devem ser realizados para verificar a eficácia do Nim em outras concentrações e a eficácia do Temefós e do Diflubenzuron, já que os mesmos são utilizados pelos Programas de Saúde no Brasil.