Raiva em morcegos (Mammalia: Chiroptera) no estado de Pernambuco: problemas e perspectivas futuras
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Resumo
O Estado de Pernambuco localiza-se na região Nordeste do Brasil possuindo 186 municípios distribuídos em cinco mesorregiões (Agreste, Metropolitana, São Francisco, Sertão e Zona da Mata), cada uma apresentando distintas variações socioeconômicas, sanitária, climáticas e fitogeográficas que podem influenciar na dinâmica da raiva local. A raiva pode ser subdividida em quatro ciclos o urbano, o silvestre, o rural e o aéreo, este ultimo tem como principal agente participante os morcegos não hematófagos. O presente trabalho levantou o recebimento de amostras de morcegos pelo LANAGRO/PE para análise rábica entre 1991 e 2011 identificando localidade de encaminhamento, espécimes positivos e quando possível a espécie encaminhada. Nesse intervalo foram registradas 31.322 amostras para analise, destas 2,64% eram morcegos (n = 827) com uma maior representação das regiões metropolitanas (n = 443) e sertão (n = 291). Foi possível identificar 322 espécimes que pertenciam a 25 espécies e cinco famílias. Molossus molossus foi a espécie mais enviada (n = 151) seguida por Glossophaga soricina (n = 32). Houve um crescimento acentuado no envio de morcegos ao longo dos anos, partindo de uma única amostra em 1991 até 240 em 2011, os maiores valores foram para os últimos quatro anos. Entretanto, esse envio não é bem distribuído uma vez que apenas 52 municípios encaminharam amostras, com apenas nove enviando mais de dez amostras, permanecendo muitos municípios com a vigilância descoberta nesse grupo. Das 827 amostras recebidas 29 não se encontravam em condições adequadas para análise, estando mal conservadas, em elevado estágio de putrefação ou extremamente ressecadas. Cinquenta amostras foram positivas com ocorrências da região metropolitana ao sertão, 29 delas não foram identificadas, as demais pertenciam as seis espécies (Molossus molossus, Desmodus rotundus, Artibeus planirostris, Myotis sp, Glossophaga soricina e Eptesicus furinalis), muitos dos registros ocorreram no ambiente urbano. Os principais problemas detectados devem-se ao baixo número de amostras de morcegos recebido e ao elevado número de municípios sem encaminhamento que faz com que a situação do conhecimento da raiva nesse grupo no estado de Pernambuco ainda seja incipiente. Havendo assim a necessidade de ter como resolução futura, para minimizar esse efeito, se intensificar as ações de monitoramento da raiva em morcegos bem como formar protocolos para o registro, encaminhamento e identificação das espécies enviadas para análise, implantando equipes treinadas na identificação de morcegos e na resolução de problemas associados a esse grupo nos órgão responsáveis pelo monitoramento da raiva facilitando assim o desenvolvimento do trabalho. Palavras – Chaves: quirópteros, ciclo aéreo, sinantrópicos, vigilância epidemiológica.
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