Diagnóstico diferencial de neoplasia maligna de células redondas intestinal em cão (Canis lupus familiaris)
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Resumo
Introdução: O sistema gastrointestinal de cães pode ser acometido por neoplasias malignas de várias origens, como adencarcinomas, tumores estromais e de células redondas. Dentre as neoplasias intestinais originadas de células redondas, o linfoma é a mais comum.
Relato de Caso: um cão macho de cinco anos de idade da raça Shar-Pei foi atendido na Clínica Cirúrgica do HOVET-FMVZ/USP, com histórico de êmese e diarreia há seis meses, com piora há um mês. O exame ultrassonográfico revelou espessamento de parede segmentar de alça intestinal com perda da estratificação, contornos irregulares, ecogenicidade diminuída e linfonodos mediastinais com dimensões aumentadas. Foi efetuada a enterectomia parcial, e o segmento acometido e um fragmento de linfonodo mesentérico foram encaminhados para realização de exame histopatológico. Ao exame macroscópico do segmento, foi observado um aumento de volume com superfície lisa nodular, aspecto heterogêneo, coloração esbranquiçada e consistência firme. À microscopia, foi observada uma ulceração com infiltração neoplásica transmural de células redondas com pleomorfismo celular e moderado infiltrado de eosinófilos intratumorais. O fragmento de linfonodo revelou infiltração neoplásica semelhante à da alça, com marcante infiltrado eosinofílico. O diagnóstico morfológico foi compatível com neoplasia maligna de células redondas pouco diferenciada. O exame imunoistoquímico pelos marcadores C-kit, CD79 A e CD3 apresentou resultados negativos para C-kit e CD79 A, e positivo para CD3. A morfologia e a imunofenotipagem caracterizaram a neoplasia como linfoma intestinal de células T.
Discussão: A forma mais comum dos linfomas em cães é a multicêntrica e a forma intestinal primária é a menos frequente (5% a 7%). Os linfomas intestinais primários de cães se originam frequentemente de células T. Morfologicamente, a apresentação do linfoma intestinal de célula T é semelhante à de mastocitoma pouco diferenciado, pelas características celulares (células redondas com citoplasma moderado e altamente pleomórficas), por não serem observados grânulos intracitoplasmáticos na hematoxilina-eosina e pela presença de infiltrado eosinofílico. A coloração por Azul de Toluidina pode revelar poucas células com metacromasia citoplasmática, o que dificulta mais o diagnóstico diferencial. Desse modo, um painel imunoistoquímico faz-se necessário para a caracterização da neoplasia.
Conclusão: o presente relato evidencia a importância da realização de painel imunoistoquímico para a diferenciação de neoplasias pouco diferenciadas, como entre linfoma intestinal de células T e mastocitoma intestinal.
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