L. M. Pergamo
Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Patologia, São Paulo, SP
C. N. Tobaruela
Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Patologia, São Paulo, SP
J. E. O. Amaya
Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Patologia, São Paulo, SP
L. F. Felicio
Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Patologia, São Paulo, SP
Resumo
A inflamação alérgica pulmonar, também conhecida como asma, é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, amplamente diagnosticada na atualidade, acometendo cerca de 235 milhões de pessoas no mundo todo. Estima-se que, no Brasil, cerca de 10% da população sofra com o problema. A hiperprolactinemia é definida como o aumento dos níveis do hormônio prolactina (PRL), o que pode ocorrer normalmente durante a gestação e a lactação, estando relacionada com a produção de leite materno. O PRL também possui ações imunomodulatórias, o que sugere que esse hormônio possa ter diferentes funções no sistema imune, tais como a manutenção da função basal dos linfócitos ativados. O presente projeto pretende avaliar os efeitos da hiperprolactinemia produzida durante a lactação sobre a resposta inflamatória alérgica pulmonar em ratas lactantes sensibilizadas e desafiadas com a ovoalbumina (OVA). Ratas Wistar, oriundas do biotério do Departamento de Patologia da FMVZ-USP, serão divididas em dois grupos: grupo lactante (Lac – n = 10), no qual as fêmeas serão acasaladas para obtenção da prenhez, e grupo controle (Con – n = 10), com ratas virgens durante todo o período de estudo. No grupo Lac, o dia em que for observada a presença de espermatozoides no lavado vaginal será considerado como dia de prenhez 0 (DP0). Nos DP 7 e 14, as fêmeas serão sensibilizadas com aplicação subcutânea de 10 μg de ovoalbumina (OVA) juntamente com 10 mg de hidróxido de alumínio preparados em solução salina, na dose de 0,7 ml/animal. Após o parto, no dia pós-natal 2 (DPN 2), as ninhadas serão padronizadas com 8 filhotes cada (4 machos e 4 fêmeas sempre que possível). Nos DPN 3, 4 e 5, as ratas lactantes serão submetidas diariamente a um desafio com a OVA (1% em PBS), administrada em uma câmara de inalação conectada a um nebulizador ultrassônico, o qual gera uma neblina (tamanho médio 0,5 – 1,0 μm); o tempo de exposição à OVA via aerossol será de 15 minutos diários. O grupo Con será submetido aos mesmos procedimentos de sensibilização e desafio que o grupo Lac, considerando a fêmea virgem aos 80 dias de vida para início do processo (equivalente ao DP 0 no grupo Lac). No dia seguinte à última sessão de desafio, será realizada a eutanásia dos animais, quando serão obtidas amostras de sangue periférico, lavado bronco alveolar e coleta da medula óssea para posterior contagem de leucócitos totais e diferenciais nas mesmas. Os animais também serão avaliados quanto à atividade pró-inflamatória da PRL, visando estabelecer se a hiperprolactinemia ocasionada naturalmente durante a lactação interfere na resposta imunológica à inflamação alérgica pulmonar.