Estudo retrospectivo (2003-2012) do período de incubação de amostras positivas para raiva de diferentes espécies inoculadas em camundongos

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R. L. M. Jarcovis
T. H. M. Gamon
K. I. Nogi
W. O. Fahl
K. M. Asano
S. M. Achkar
P. C. Maiorka
C. M. C. Mori
E. Mori

Resumo

Introdução e Objetivos: a prova biológica (PB) de inoculação intracerebral (IC) em camundongos com o vírus da raiva (RABV) apresenta sensibilidade diagnóstica superior ao teste de imunofluorescência direta (IFD). No entanto, o tempo necessário para o diagnóstico pela PB é maior que o consumido pela IFD, pois é dependente do período de incubação (PI) viral após inoculação IC. A determinação da duração desses períodos de observação (PO) em camundongos após inoculação IC com RABV foi estabelecida por observações empíricas. Com o intuito de estabelecer a duração do PO dos camundongos da linhagem Swiss inoculados IC com amostras clínicas (SNC, saliva e líquor) positivas para raiva, provenientes de diferentes espécies animais e humanos, oriundos do setor de Diagnóstico do Instituto Pasteur de São Paulo, foi realizado um estudo retrospectivo de dez anos do PI para raiva em camundongos inoculados pela via intracerebral.

Material e Métodos: foi realizado o levantamento de dados constantes das fichas de observação de camundongos inoculados com o vírus da raiva do Instituto Pasteur, abrangendo o período de janeiro de 2003 a dezembro de 2012.

Resultados e Discussão: Das amostras raiva positivas, observaram-se os seguintes PI, com valores expressos em média ± desvio padrão (mínima e máxima): 10,5±3,2 (5-18) dias para 92 amostras de humanos; 11,4±3,8 (6-37) dias para 489 amostras de quirópteros; 10,8±2,8 (5-24) dias para 484 amostras de bovinos, 12,2±5 (6- 43) dias para 172 amostras de cães; 12,3±4,1 (6-27) dias para 133 amostras de equinos; 11,3±4 (6-21) dias para 30 amostras de felinos; 12,3±3,5 (6-25) dias para 118 amostras de raposas; 9,4±3,1 (6-16) dias para 23 amostras de primatas não humanos; 12,3±3 (9-16) dias para quatro amostras de ovinos; 10,6±3,8 (6-15) dias para cinco amostras de caprinos; 12±3,9 (7-16) dias para cinco amostras de suínos; 23,5±10,6 (16-31) dias para duas amostras de muares; 14±1,4 (13-15) dias para duas amostras de asininos; 21,5±10,6 (14-29) dias para duas amostras de guaxinins; 10 dias para uma amostra de bubalino.

Conclusão: Conclui-se que os PI nos camundongos inoculados IC entre as diferentes amostras de animais e de humanos apresentaram resultados semelhantes, sendo que o PO inferior a 21 dias tradicionalmente adotado por alguns laboratórios no diagnóstico para raiva, contemplaria a maioria das amostras raiva positivas pela PB (98,2% das amostras de quirópteros; 99,6% das amostras dos bovinos; 95,3% das amostras de cães; 95,5% das amostras de equinos; 98,3% das amostras de raposas; 100% das amostras de humanos, felinos, primatas não humanos; caprinos, ovinos, suínos, asininos e bubalinos). No entanto, em virtude de algumas amostras apresentarem PI superior a 21 dias, sugere-se em alguns casos, como em animais silvestres, equídeos e cães, seja adotado um PO de pelo menos 30 dias.

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Como Citar
JarcovisR. L. M.; GamonT. H. M.; NogiK. I.; FahlW. O.; AsanoK. M.; AchkarS. M.; MaiorkaP. C.; MoriC. M. C.; MoriE. Estudo retrospectivo (2003-2012) do período de incubação de amostras positivas para raiva de diferentes espécies inoculadas em camundongos. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 13, n. 1, p. 48-48, 28 abr. 2015.
Seção
SEMANA CIENTÍFICA PROF. DR. BENJAMIN EURICO MALUCELLI