Efeito da separação materna sobre o comportamento depressivo e o desenvolvimento do tumor Ehrlich em camundongos

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K. R. Fernandes
E. Beraldo Neto
T. A. Freitas
S. R. Kleeb

Resumo

A depressão tem sido associada a alterações neuroquímicas e neuroplásticas em mediação neuroendócrina via eixo hipotálamo-Hipófise-Adrenal. Há a hipótese que além das alterações neuroquímicas, a depressão possa surgir a partir de alterações neuroplásticas. O presente trabalho investigou o efeito do estresse desencadeado na separação maternal sobre a gênese da depressão e o desenvolvimento do tumor de Ehrlich. Os procedimentos foram aprovados pelo CEUA-Metodista sob protocolo 121/14. Foram utilizados 18 casais de camundongos da linhagem Swiss, provenientes do Biotério do Núcleo de Pesquisa da FacSaúde /UMESP. As ninhadas foram padronizadas com no máximo oito machos, que foram monitorados e pesados diariamente. No grupo experimental (E), do 3° ao 12° dia após o nascimento os filhotes foram separados da mãe por três horas diárias, em temperatura controlada, após este período foram recolocados com a mãe. No grupo controle(C) os animais foram mantidos com a mãe. Os animais foram avaliados no teste de natação forçada (NF) e campo aberto (CA). Para a inoculação os grupos foram subdivididos: metade do grupo controle (CT) e metade do grupo experimental (ET) receberam 0,1ml de suspensão do tumor de Ehrlich, e a outra metade de ambos os grupos controle (CPBS) e experimental (EPBS) receberam solução salina tamponada. Na avaliação do peso corporal houve diferença significativa individualmente do 3º dia de vida grupo C(4.022 ± 0.08085) E(3.634 ± 0.1466) ao 11º dia de vida grupo C(9.157 ± 0.2550) E(8.280 ± 0.1565). Após a inoculação do tumor Ehrlich houve significância CPBS(39,32 ± 0,2244) CT(40,92 ± 0,2932) EPBS(40,78 ± 0,2974) e ET(38,27 ± 0,3367). A diferença apresentada foi entre as médias dos grupos CPBS vs CT; CPBS vs EPBS; CT vs ET; EPBS vs ET. Na avaliação pré inoculação do Tumor Ehrlich foi constatada a imobilidade do NF C(75.41 ± 9.16) E(75.00 ± 10.88) e locomoção do CA C(152.9 ± 7.908) E(173.0 ± 8.680), ambos resultados sem diferença significativa. Após vinte e um dias de evolução da neoplasia, os animais foram avaliados novamente nos testes comportamentais, na locomoção do CA CPBS(122,3 ± 10,86) CT(138,4 ± 13,04) EPBS(97,44 ± 10,53) ET(146,4± 11,35). Na avaliação da imobilidade em NF não houve diferença, porém os animais provenientes do grupo sem separação pareceram ficar mais tempo imóveis CPBS (51,83 ± 11,12) CT (44,25 ± 12,13) EPBS (29,67 ± 7,796) ET (30,92 ± 13,36). A massa neoplásica foi retirada para avaliação macroscópica entre os grupos ET (19.70 ± 4.203) CT (21.42 ± 9.416) e não apresentou diferença estatística. Os dados em conjunto sugerem que a separação maternal não determinou alterações comportamentais. Entretanto na presença da massa neoplásica os animais que sofreram a separação maternal desenvolveram tendência a um distúrbio de ansiedade.

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Como Citar
FERNANDES, K. R.; BERALDO NETO, E.; FREITAS, T. A.; KLEEB, S. R. Efeito da separação materna sobre o comportamento depressivo e o desenvolvimento do tumor Ehrlich em camundongos. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 13, n. 1, p. 55-56, 28 abr. 2015.
Seção
SEMANA CIENTÍFICA PROF. DR. BENJAMIN EURICO MALUCELLI