Ocorrência de Macrorhabdus ornithogaster em calopsitas (Nymphicus hollandicus) atendidas no ambulatório de aves fmvz-usp entre 2010 e 2014
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Resumo
Introdução e objetivos: a macrorhabdiose é causada pela levedura Macrorhabdus ornithogaster, antes classificada como bactéria, que coloniza o istmo entre proventrículo e ventrículo de diversas aves. As calopsitas podem ser susceptíveis, porém a sua presença nem sempre se manifesta por sinais clínicos, e quando ocorre, nota-se desde anorexia a polifagia, apatia, regurgitação, diarreia e presença de sementes nas fezes. O diagnóstico é efetuado pela visualização, em objetiva de imersão, de estruturas gram-positivas, similares a um grande bacilo, em fezes coradas pelo método de GRAM. A não visualização não exclui infecção, pois as aves infectadas podem eliminar o agente intermitentemente. No exame radiográfico pode ser observada uma dilatação proventricular. Infecções bacterianas, parasitárias, virais e outras leveduras devem ser diferenciadas. Como tratamento preconiza-se o uso de antifúngicos via oral.
Material e métodos: foi realizado um levantamento da presença de M. ornithogaster em esfregaços de fezes, corados pelo método de GRAM, de calopsitas com sinais clínicos digestivos atendidas no Ambulatório de Aves da FMVZ - USP no período de abril/2010 a julho/2014.
Resultados e discussão: doze de 123 amostras examinadas (9,75%) foram positivas. Porém, decorrente de sua eliminação intermitente, resultados negativos não devem ser prontamente desconsiderados. O sexo não pôde ser avaliado, pois na maioria foi indeterminado. A idade média das aves positivas foi de seis meses, com o intervalo de dois a 24 meses. Essa média baixa pode estar associada ao fato das aves serem adquiridas ainda filhotes em locais com alta densidade populacional e com outros fatores estressantes, levando à imunossupressão da ave o que favorece a ação de agentes oportunistas. Os principais diagnósticos diferenciais devem ser efetuados com Candidíase, Bornavirose, Isosporose e Giardíase, por provocarem sinais similares. Os sinais clínicos mais observados se resumem a apatia, diarreia, hiporexia, penas eriçadas e regurgitação. Não foram observados casos positivos assintomáticos. Apesar do tratamento preconizado ser preferencialmente com anfotericina B, este produto não se encontra disponível no mercado e a nistatina pode ser uma alternativa.
Conclusão: foram observadas calopsitas jovens positivas para macrorhabdiose, confirmando a sua importância como diagnóstico diferencial frente a uma sintomatologia digestiva.
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