Ocorrência de cistos de penas em canários (Serinus canaria ) atendidos no ambulatório de aves-VPT/HOVET/USP no período entre 2011 a 2014
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Resumo
Introdução e objetivos: os cistos de pena, também chamados de neoplasias benignas de células foliculares, têm sido descritos na derme e no tecido subcutâneo das aves, sendo os canários (Serinus canaria) as espécies mais acometidas. Estas formações podem estar localizadas em qualquer região do corpo com predominância na base das asas e na região dorsal. Tem sido sugerido que essa condição tenha origem genética, hereditária e que esteja relacionada à endocruzamentos. O orifício folicular pode ser obstruído por causa traumática ou infecciosa, acumulando debris queratinosos e formando o cisto folicular. São formados por uma parede epitelial vascularizada circundado por conteúdo queratinizado, variando de acordo com o estágio da muda. O tratamento consiste na excisão cirúrgica dos cistos e em quadros mais graves, pode-se optar pela utilização de anti-inflamatórios e antibióticos via oral. O presente trabalho apresenta o levantamento do número de casos de cistos de penas registrados no período de quatro anos no Ambulatório de Aves (VPT/HOVET) da FMVZ/USP.
Material e métodos: foi realizado o estudo retrospectivo dos casos registrados nos prontuários do Ambulatório de Aves (VPT/HOVET) da FMVZ/USP. Foram selecionados os prontuários de canários (Serinus canaria) atendidos no período de 2011 a 2014, anotadas a idade dos animais, o sexo e os respectivos diagnósticos. A linhagem dos animais não foi analisada, pois houve uma grande diversidade de cruzamentos dentro da espécie muitas vezes este fato era desconhecido dos proprietários. Resultados e discussão: dentre os 158 canários atendidos, 38(24,05%) foram acometidos por cistos de penas. Destes animais, 24 foram diagnosticados apenas com cistos de pena e 14 apresentavam doenças concomitantes, como traqueíte, hiperostose poliostótica, tumor em gônada e artrite. Dentre as linhagens mais prevalentes, os canários Norwich, que possuem padrões com penas densas são considerados os mais acometidos, porém neste estudo esta informação não foi considerada devido o desconhecimento pelos proprietários. Quanto à faixa etária dos animais, pôde-se observar maior ocorrência entre dois e três anos, com o total de 12 casos. Não houve predisposição sexual, havendo uma proporção de 24% de acometidos entre machos (30 machos acometidos entre 125) e fêmeas (oito acometidas em 33 fêmeas). A conduta terapêutica predominante foi a excisão cirúrgica dos cistos individuais e em casos mais graves foram utilizados enrofloxacina (10mg/kg) e meloxicam (0,5 mg/kg). Por ter um componente genético, os cruzamentos dessas aves deveriam ser evitados pelos proprietários.
Conclusão: os cistos de pena são comuns em canários (Serinus canaria) e constituem uma patologia de importância significativa na casuística de passeriformes atendidos no Ambulatório de Aves da FMVZ/USP.
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