Efeitos crônicos da administração de sementes de Senna occidentalis sobre o tecido hematopoiético de ratos
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Resumo
Introdução: durante o desenvolvimento de um agente terapêutico um aspecto importante é avaliação da sua toxicidade para a medula óssea e se a mesma é específica para uma ou mais de suas linhagens celulares. Devido à grande capacidade proliferativa do tecido hematopoiético, as células da medula óssea podem ser alvos da ação tóxica de várias substâncias, incluindo produtos à base de plantas. A Senna occidentalis (S. occidentalis) é uma planta leguminosa tóxica para várias espécies de animais e ocasiona lesões degenerativas, principalmente, nos músculos. Este é o primeiro relato que descreve alterações no tecido hematopoiético de ratos causados por sementes de S. occidentalis. O presente trabalho investigou os efeitos do uso crônico de S. occidentalis sobre órgãos hematopoiéticos.
Materiais e métodos: quarenta ratos Wistar machos com 60 dias de idade foram utilizados e divididos em grupos: 1 (controle), 2 (0,5%), 3 (1%) e 4 (2%). Foram estudados os efeitos de 0,5%, 1,0% e 2,0% de sementes de S. occidentalis misturadas com ração comercial. Os ratos nos grupos experimentais receberam, diariamente, durante um período de 90 dias, dietas contendo 0,5%, 1%, e 2% de S. occidentalis. Os ratos do grupo controle receberam ração sem adição de sementes da planta durante todo o período experimental. Ao término deste período, os animais foram eutanasiados com uma solução de cetamina (50 mg / kg) e xilazina (5 mg / kg). Após o aprofundamento anestésico e a eutanásia dos animais, foi coletada a medula óssea para a determinação da celularidade e mielograma. Foi realizado, também, o estudo anatomopatológico do timo e baço destes animais.
Resultados e conclusões: a hematotoxicidade pode ser manifestada por alterações no número de células maduras no sangue ou medula óssea. Este estudo mostrou que os ratos do grupo 4 apresentaram uma diminuição significativa (p <0,05) no número de leucócitos totais (4,57x109/L) em comparação ao grupo controle (6,59x109/L). Além disso, houve redução nos valores de hemoglobina (de 17,21g/dL para 15,98 g/dL) bem como da razão Mielóide/Eritróide (M/E) (de 3,20 para 2,80). A redução significativa na razão M/E nos animais pertencentes a diferentes grupos experimentais ocorreu devido ao aumento de eritroblastos policromáticos na medula óssea dos animais. O tratamento crônico durante 90 dias com S. occidentalis na dieta também promoveu uma redução significativa na celularidade do baço (3,80x106 para 2,32x106 células) e alterações histopatológicas neste órgão. Com base nos dados apresentados, foi constatado que o tratamento crônico por 90 dias com S. occidentalis na dieta provocou a hematotoxicidade.
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