Valores hematológicos de urubus-da-cabeça preta (Corag yps atratus ) de vida livre em São Paulo, SP
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
Introdução e objetivo: a espécie urubu-da-cabeça-preta (Coragyps atratus) ocorre em todo o Brasil e grandes grupos podem ser facilmente observados em regiões de lixões ou despejo de dejetos. Seu papel ecológico é bem conhecido, porém, as suas doenças e causas de morte ainda não foram elucidadas. A hematologia é um importante elemento fornecedor de informações complementares que auxiliam no diagnóstico de doenças. Para se fazer a interpretação dos exames hematológicos é necessário que os resultados sejam comparados a valores de referência, entretanto os dados hematológicos que sirvam de parâmetros normais para urubus são escassos na literatura. O presente trabalho descreve os valores hematológicos de urubus-de-cabeçapreta.
Métodos: com a utilização de gaiolas, 61 urubus adultos e sem sinais clínicos de doença, foram capturados na área da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Das aves contidas fisicamente foram coletados 2 ml de sangue por punção da veia metatársica medial. As amostras de sangue foram armazenadas em tubos com EDTA, refrigeradas e levadas ao laboratório. Para quantificação de hemácias e leucócitos, uma alíquota do sangue foi diluída em solução de Natt e Herrinck (1:200) e a quantificação foi efetuada em hemocitômetro utilizando-se microscópio de luz convencional (100X). A hemoglobina foi determinada pelo método de cianometahemoglobina e a leitura foi realizada em espectrofotômetro (absorbância de 540nm). O hematócrito foi determinado pelo método do microhematócrito e a proteína plasmática total foi mensurada em refratômetro utilizando-se alíquotas de plasma obtidas por centrifugação do sangue. Após análise estatística foram calculados a média e desvios padrão dos parâmetros investigados.
Resultados e discussão: as médias e os desvios padrão dos parâmetros avaliados foram: 1,8 ± 0,3 X 10⁶ hemácias/mm³; 13874 ± 5385 leucócitos/ mm³; 7,7 ± 2,2 g/dl de hemoglobina; hematócrito (Ht) de 48 ± 3 %; VCM de 270 ± 50 fL; HCM de 42 ± 12,6 pg; CHCM de 16 ± 4,45 g/dL; 3,76 ± 0,51 g/dl de proteína plasmática total (PPT). Os valores médios do Ht e da PPT são semelhantes ao Ht (49,8±0,53%) e a PPT (4,2±0,07 g/dL) encontrado para C. atratus em um estudo desenvolvido nos EUA. Os demais resultados foram comparados com valores de referência para rapinantes. Foram observadas similaridades com valores de abutre-preto (Aegypius monachus), urubus-decabeça- vermelha (Cathartes aura) e algumas espécies da família Accipitridae. Diferenças acentuadas foram notadas em comparações com valores de diversas espécies de rapinantes.
Conclusão: os resultados obtidos fornecem dados hematológicos importantes para o estabelecimento de parâmetros hematológicos para C. atratus. A variação entre os dados deste trabalho com os de outros rapinantes ressalta a importância da padronização de valores de referência para a espécie.
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusica da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios instituicionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre);