M. B. Silva
Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, São Paulo, SP
C. O. Massoco
Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, São Paulo, SP
Resumo
Os cães são acometidos por doenças inflamatórias e neoplásicas que apresentam diversas similaridades com quadros registrados em seres humanos e se constituem em um importante modelo animal para a realização de investigações de patologia comparada. As células dendríticas (DCs), na atualidade, consideradas como a população mais potente de células apresentadoras de antígenos são um alvo promissor para a imunoterapia de cães; no entanto o uso terapêutico de DC caninas ainda é limitado, pois as técnicas de isolamento ainda não foram padronizadas e as informações específicas da espécie a esse respeito ainda são insuficientes. O presente projeto foi delineado para avaliar a geração in vitro de células dendríticas caninas pulsadas com diferentes doses de lisado tumoral (melanoma canino), bem como, de investigar os seus efeitos sobre a caracterização imunofenotípica e funcional de DCs maduras. Está sendo empregado o buffy coat de bolsas de sangue caninas coletadas pelo Banco de Sangue do HOVET-USP, nas quais por meio de Ficoll 1077g/dL são isolados linfomononucleares que darão origem as DCs após cultivo celular com meio contendo citocinas recombinantes canina (GM-CSF) e interleucina 4 (IL-4). No sétimo dia de cultivo as células do grupo controle e DCs são incubadas com anticorpos MHC de classe II, CD11c, CD86, F4/80 e analisadas em citômetro de fluxo FACScalibur. As células tumorais que dão origem ao extrato tumoral são provenientes de melanomas caninos submetidos à digestão por colagenase e posteriormente congelados à -80o C na presença de soro fetal bovino e DMSO; o lisado tumoral é obtido submetendo-se as células tumorais a ciclos de congelamento com nitrogênio líquido e descongelamento, seguida por sonicação; a quantificação de proteína obtida no extrato é dosada com o método Bradford; no quinto dia de cultivo DCs (DC imaturas) são pulsadas com diferentes quantidades de lisado tumoral; no sexto dia é adicionado LPS para induzir maturação nas DCs e no sétimo dia é avaliada a imunofenotipagem. Até o momento foram obtidos aproximadamente 65% de DCs imaturas e os experimentos de imunofenotipagem após pulsar DCs com lisado tumoral se encontram em andamento.