Remodelamento da matriz extracelular da medula óssea em modelo murino de desnutrição proteica
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Resumo
Introdução e objetivo: a desnutrição proteica (DP) pode ocasionar alterações na matriz extracelular (MEC) em diferentes órgãos, conduzindo ao comprometimento das suas funções. No modelo murino de DP, tem sido investigadas alterações quantitativas na MEC da medula óssea (MO), principalmente de fibronectina (FN), na região subendosteal (local de fixação da célula-tronco/progenitora hemopoética-CTPH). No estroma da MO in vitro, também foram observadas variações quantitativas de FN, envolvidas com alterações do ciclo celular da CTPH e que podem estar associadas ao comprometimento da hemopoese. As metaloproteinases de matriz (MMPs) são responsáveis pela degradação da MEC e estão envolvidas com a regulação da CTPH. Alterações nas MMPs e em seus inibidores TIMP1 e TIMP2, podem conduzir a modificações no microambiente hemopoético e, consequentemente, alterações na regulação da CTPH. A hipótese aventada é que as alterações da FN na DP podem decorrer, em parte, de alterações na expressão gênica da FN e ou a ação de MMP2 e MMP9.
Material e métodos: camundongos C57Bl/6J, foram separados em dois grupos: controle (C) e desnutrido (D) recebendo, respectivamente, ração com 12% e 2 % de proteína por cinco semanas. Após este período os camundongos foram eutanasiados para a obtenção das células totais da MO para o estabelecimento, in vitro, do estroma (28 e 35 dias) aonde, foram avaliadas a atividade enzimática das MMP2 e MMP9, quantificação de TIMP1 e TIMP2 e determinação da FN por RT-PCR.
Resultados: anteriormente, in vitro havia sido observada maior quantidade de FN no 28º dia e menor quantidade de FN 35º dia. Apesar disto não foram encontradas alterações na expressão do RNAm da FN entre grupos e momentos analisados, o que pode ser justificado pelo fato do RNAm de genes constitutivos terem uma vida média mais longa. No estroma do grupo D houve menor atividade de MMP2 nos dois momentos analisados, apesar desta diferença não ser significativa, o que justificaria a maior quantidade de FN no 28º dia do grupo D. No entanto não foram observadas diferenças quantitativas de TIMP2 entre grupos e momentos de analise. Já a atividade de MMP9 nos dois grupos analisados no 35º dia foi maior em relação ao 28º, apesar desta diferença não ser significativa. Corroborando com este achado foi encontrada menor quantidade de TIMP1 no 35º dia, o que pode explicar a maior quantidade de MMP9, visto que TIMP1 inibe MMP9. A menor quantidade de FN registrada no 35º dia do grupo D pode estar relacionada com a maior quantidade de MMP9.
Conclusão: a DP conduz a alterações de MMPs 2 e 9 que estão envolvidas no processo de remodelamento da FN. Estes resultados podem justificar as alterações hematológicas causadas pela DP já relatadas.
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