Expressão imuno-histoquímica de caspase 3 em mastocitomas cutâneos caninos de diferentes graus histopatológicos

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B. M. Macedo
C. N. Barra
L. H. Pulz
S. R. Kleeb
J. G. Xavier
A. T. Nishiya
J. L. Catão-Dias
H. Fukumasu
R. F. Strefezzi

Resumo

Introdução: O mastocitoma, uma das neoplasias malignas de pele mais comuns dos cães, é normalmente classificado em três graus histológicos [1]. Recentemente, um novo método de classificação foi proposto, subdividindo estes tumores em apenas duas classes [2], com intuito de minimizar variações entre observadores, principalmente em relação aos tumores de grau II, e de tornar mais precisa a avaliação prognóstica para esta neoplasia. Semelhantemente, diversos outros métodos histomorfológicos e imuno-histoquímicos têm sido propostos no intuito de prever o comportamento desta neoplasia e melhorar os tratamentos disponíveis [3]. Sabe-se que para o desenvolvimento tumoral há necessidade de interação entre células e outros elementos teciduais, além de atividade proliferativa considerável e evasão da morte celular. A apoptose ocorre naturalmente em quase todos os tipos de células. A principal forma de ativação deste processo se dá pela via intrínseca, gerando o estímulo de morte por meio da formação de um complexo denominado apoptossomo. Este cliva caspases executoras, entre elas a caspase 3, desencadeando os eventos como a degradação e fragmentação nucleossomal. Alterações na expressão de caspase 3 podem ser consideradas como importantes para a progressão de tumores e para a resistência aos tratamentos [4]. Devido à sua importância na execução do processo de apoptose, a sua quantificação pode ser um importante marcador prognóstico para mastocitomas cutâneos caninos. O objetivo desta pesquisa foi a caracterização da expressão imuno-histoquímica da caspase 3 em mastocitomas cutâneos caninos, e a verificação das possíveis relações com graduação histopatológica.

Materiais e Métodos: Quarenta e oito amostras de mastocitomas cutâneos caninos provenientes do Hospital Veterinário da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEAUSP), bem como de Hospitais e Clínicas Veterinárias colaboradoras foram processados rotineiramente para histopatologia. Cortes histológicos foram corados com Hematoxilina e Eosina [5] para diagnóstico e graduação quanto à diferenciação celular, segundo os dois métodos de classificação mais utilizados [1,2]. Para as reações imuno-histoquímicas foi efetuada a incubação com o anticorpo primário anti-caspase 3 (policlonal de coelho anti-caspase 3 humana, Abcam, cód. ab4051), na diluição de 1:1500. As lâminas de controle negativo foram incubadas com IgG em substituição ao anticorpo primário e processadas simultaneamente para confirmar a especificidade dos anticorpos. A imunomarcação para caspase 3 foi classificada, por 3 observadores simultâneos, em cinco campos de intensa marcação (“hot spots”) como: negativa, para os tumores sem expressão da proteína; 1+, para lesões com até 1% de células neoplásicas marcadas; ou 2+, para expressão em mais de 1% das células tumorais, conforme realizado por outros [4]. Os resultados foram comparados aos três graus histopatológicos, por meio de ANOVA/Kruskal- Wallis, seguido de pós-testes de Dunn, ou pelo teste Mann-Whitney, com nível de significância estabelecido em 5%.

Resultados: Foi observada marcação citoplasmática, finamente granular, em células isoladas (Figura 1) ou em pequenos grupos celulares (Figura 2). A distribuição dos casos analisados em função dos escores de marcação para caspase 3 e classificação histopatológica estão descritos na Tabela 1. imunomarcação de caspase 3 entre os graus histopatológicos, tanto quando considerada a classificação de Patnaik e colaboradores [1] (p=0,1189), como quando a de Kiupel e colaboradores [2] (p=0,2328). Apesar disso, foi obervada uma tendência dos tumores de maior grau apresentarem menor número de células positivas para caspase 3. O aumento do número de casos analisados, ou a utilização de outros métodos de quantificação das reações poderão trazer resultados mais consistentes a respeito.

Conclusão: Os resultados do presente estudo apontam que os mastócitos neoplásicos cutâneos caninos expressam caspase 3 com frequência variável, mas sugerem a ausência de diferenças estatisticamente significativas entre os graus histopatológicos desta neoplasia.

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Como Citar
MacedoB. M.; BarraC. N.; PulzL. H.; KleebS. R.; XavierJ. G.; NishiyaA. T.; Catão-DiasJ. L.; FukumasuH.; StrefezziR. F. Expressão imuno-histoquímica de caspase 3 em mastocitomas cutâneos caninos de diferentes graus histopatológicos. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 13, n. 1, p. 76-77, 28 abr. 2015.
Seção
SEMANA CIENTÍFICA PROF. DR. BENJAMIN EURICO MALUCELLI