Peixes ornamentais marinhos importados infectados por Lymphocystis Virus

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P. H. M. Cardoso
S. C. Balian

Resumo

A indústria dos peixes ornamentais é caracterizada pela agregação de numerosas espécies de diversos lugares do mundo. A translocação de peixes ornamentais pode trazer consigo agentes patogênicos que causam problemas, tanto aos peixes ornamentais, quanto aos de consumo do país de destino. Os governos de muitos países preocupados com a introdução de agentes exóticos e prejudiciais às espécies nativas, adotam medidas de quarentena no intuito de mitigar riscos de introdução de doenças dos peixes importados (Whittington & Chong 2007). Desde 2008, a importação de peixes ornamentais no Brasil só é possível se efetuada por quarentenários credenciados pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. Lymphocystis é uma doença viral crônica (LCDV), membro da família Iridoviridae. A doença já foi relatada em mais de 125 espécies de peixes de água doce e marinhos de mais de 34 famílias. Espécies menos desenvolvidas como catfishes, ciprinídeos e salmonídeos não são susceptíveis ao vírus (Anders, 1989). Infecções resultam em nódulos ou verrugas mais comumente nas nadadeiras e pele, embora outros órgãos, como as brânquias, possam ser acometidos. É uma doença relativamente comum em peixes ornamentais de aquários (Rahmati-holasoo, Hobbenaghi, Tukmechi, Seyrafi, Homayounimehr & Ghavami, 2010; Pirarat, Pratakpiriya, Jongnimitpaiboon, Sajjawiriyakul, Rodkhum & Chansue, 2011) e, geralmente, ocorre quando os peixes são submetidos a longos períodos de estresse prolongado. Em estágios iniciais, os nódulos podem ser relativamente pequenos e são confundidos com outros agentes patogênicos como o Ichtyopthrius multifiliis, em peixes de água doce, Cryptocaryon irritans, em peixes de água salgada, ou por altas infestações de Epistylis (Yanong, 2013). Embora os mecanismos de transmissão não sejam completamente elucidados, o contato direto de peixe para peixe é a rota clássica mais aceita de infecções por LCDV; sendo que a pele e as nadadeiras são as principais portas de entrada. Cano, Valverde, Garcia-Rosado, Alonso, Lopez-Jimena, Ortiz-Delgado, Borrego, Sarasquete & Castro, 2013 sugeriram que os rotíferos também possam servir como vetor do vírus (). O gênero Lymphocystivirus é considerado o de menor patogenicidade na família Iridoviridae, não causa altas taxas de mortalidade, porém, provoca deficiências no crescimento do peixe e as lesões podem ter aspecto repugnante, não sendo possível a comercialização. Outros gêneros como o Ranavírus e o Megalocytivirus causam doenças mais severas, com altas taxas de mortalidade (Xu, Feng & Huang, 2014). O presente trabalho teve por objetivo identificar os peixes que apresentavam sintomatologia condizente com o agente Lymphocystis em um estabelecimento importador de peixes ornamentais e alertar para a importância do médico veterinário, que, no Brasil, é pouco explorado na área de sanidade de peixes ornamentais.

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Como Citar
CardosoP. H. M.; BalianS. C. Peixes ornamentais marinhos importados infectados por Lymphocystis Virus. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 13, n. 2, p. 44-45, 10 nov. 2015.
Seção
RESUMOS CONPAVET