Anomalia vascular abdominal congênita em cão: relato de caso

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V. De Marco
P. Y. Nagahachi
E. G. N. Ruiz
E. Zotelli
N. Kage
D. Barone
J. Messias
A. F. Romaldini

Resumo

A anomalia vascular abdominal congênita (AVAC) é um distúrbio vascular raro que acomete principalmente cães de pequeno porte. Os sintomas incluem êmese, diarreia e alterações neurológicas associadas à encefalopatia hepática, que ocorre secundariamente ao comprometimento da circulação entero-hepática. O diagnóstico é efetuado com o emprego de ultrassonografia abdominal, tomografia computadorizada (TC), biópsia hepática, portografia contrastada e avaliação laboratorial. Uma cadela, fêmea, Yorkshire, com seis meses de idade, foi atendida apresentando prostração, hiporexia, sialorréia, andar compulsivo, headpress e êmese. Os exames laboratoriais apontaram: hipoalbuminemia (2,03g/dL), aumento discreto da FA (141U/L), ureia no limite inferior da normalidade (22 mg/dL), elevação dos ácidos biliares em jejum (77,12umol/L) e pós (95,84umol/L) e concentração plasmática de amônia elevada (105,40 umol/L). O ultrassom indicou micro-hepatia e imagens sugestivas de hipoplasia portal. Posteriormente, foi realizado o exame de tomografia abdominal que revelou: acentuado aumento do calibre da veia ázigos em seu segmento torácico e abdominal, com inserção em sua borda ventral de uma estrutura vascular anômala de grande calibre formando-se a partir da inserção das veias pancreática duodenal, esplênica e mesentérica; veia mesentérica inserindo-se, caudalmente, às veias pancreaticoduodenal e esplênica em estrutura vascular anômala; acentuada redução do calibre da veia cava caudal com perda da definição de seu trajeto junto ao fígado, que também apresentou micro-hepatia. Suspeita-se que a veia ázigos esteja simulando o formato e trajeto da veia cava caudal, recebendo estruturas vasculares como veias renais e ilíacas. Diante disso, foi firmado o diagnóstico de AVAC. O tratamento visou o controle da encefalopatia hepática com uso de lactulose e metronidazol, além de dieta caseira com restrição de proteína. O animal melhorou clinicamente, mas apresentava recidiva do quadro quando se tentava suspender alguma medicação. O desvio portossistêmico congênito, importante diagnóstico diferencial de EH, é uma enfermidade bastante conhecida, porém, as anomalias vasculares abdominais observadas no presente caso parecem ser bem raras e com mau prognóstico. O seu diagnóstico só foi possível graças à realização da tomografia computadorizada.

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Como Citar
DE MARCO, V.; NAGAHACHI, P. Y.; RUIZ, E. G. N.; ZOTELLI, E.; KAGE, N.; BARONE, D.; MESSIAS, J.; ROMALDINI, A. F. Anomalia vascular abdominal congênita em cão: relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 13, n. 2, p. 50-50, 10 nov. 2015.
Seção
RESUMOS CONPAVET