Aline Gabriele Ribeiro Cerqueira Santos
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG
Paloma Carla Fonte Boa Carvalho
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG
Felipe Coutinho Batista Esteves
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG
Lara Ribeiro de Almeida
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG
Eduardo Viana Vieira Gusmão
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG
Danielle Ferreira de Magalhães Soares
Pedro Lúcio Lithg Pereira
Resumo
O processo de urbanização, o estilo de vida nas grandes cidades e a necessidade de proteção fez crescer a aquisição de animais de companhia que são representados, em sua maioria, pelas espécies canina e felina. Os animais podem ser adquiridos de forma não planejada, recebidos como presentes, adotados da rua (por compaixão) oriundos de uma prenhez não desejada, etc. A aquisição de cães e gatos também pode ocorrer através de adoção em feiras realizadas por ONG’s ou por instituições públicas relacionadas com o controle populacional canino e felino nos municípios. A Vila Marçola está localizada na região Sul da cidade de Belo Horizonte – MG, faz parte do Aglomerado da Serra e divisa com o Parque das Mangabeiras. O objetivo deste trabalho foi conhecer a origem dos cães pertencentes aos moradores da Vila Marçola. Foram visitadas 57 residências, durante o ano de 2014, por pesquisadores da UFMG e Agentes de Combate a Endemias (ACE) da Regional de Saúde CentroSul, da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de BH, nas quais aplicou-se um questionário aos moradores, destinado a obter informações sobre a aquisição dos cães pelos moradores da Vila. Dos 124 animais que residentes da Vila Marçola, 21,8% (27/124) foram adquiridos de outros moradores da Vila; 22,6% (28/124) eram provenientes de crias dos cães da própria casa; 16,1% (20/124) eram cães das ruas locais; 11,3% (14/124) foram doados de moradores de outros bairros; 4% (5/124) foram comprados pelo proprietário; 4% (5/124) eram originários de doações de moradores de outros municípios; 1,6% (2/124) foram encontrados nas ruas de outros bairros de BH; e 18,6% (23/124) não sabiam ou não informaram a origem do animal. Observou-se com o presente trabalho que a maioria dos animais residente na Vila era originária da própria Vila, tanto de crias dos próprios animais da casa, intercambiados entre vizinhos, como recolhidos das ruas e becos locais. Essa situação é denotativa da pouca percepção que os moradores da Vila Marçola guardam com respeito ao descontrole da população canina como fonte de diversos transtornos, entre eles, o risco às zoonoses. O investimento em ações educativas pelo poder público, direcionadas à comunidade local, é fundamental para acender na população hábitos de responsabilidade na guarda dos animais, na prevenção de crias indesejadas e até na necessidade eventual da castração para o controle populacional.