Pericardite constritiva em cão pastor alemão
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Resumo
Um cão pastor alemão, macho, com três anos de idade foi atendido com histórico de aumento de volume abdominal por um período de aproximadamente 30 dias. Nunca apresentou cansaço fácil, síncope ou cianose de língua e estava sendo medicado com diuréticos, sem sucesso. Ao exame físico, o cão apresentou abdômen abaulado com balotamento positivo e demais parâmetros dentro da normalidade, inclusive auscultação cárdio-pulmonar. Foi realizada paracentese e drenagem de aproximadamente 4 litros de líquido sero-sanguinolento. Foram realizados estudos ecográficos do tórax e abdômen, nos quais foram visibilizados aumento moderado da veia hepática e uma formação sólida e heterogênea medindo 4,4 x 3,9 cm, entre ventrículo esquerdo e saco pericárdico. Além da presença de líquido livre em abdômen e esplenomegalia, não foram visibilizadas outras alterações em tórax e abdômen. Diante dos achados de imagem e da evolução clínica desfavorável, com necessidade de paracenteses em intervalos curtos, optou-se pela realização de toracotomia para pericardiectomia e excisão ou biópsia da neoformação. Durante a toracotomia observou-se pericárdio espesso e fibroso e, à incisão, o coração pareceu distender-se sugerindo limitação de espaço. Durante a intervenção, o animal teve parada cardíaca, irreversível, apesar dos procedimentos de ressuscitação. À necroscopia, observou-se miocárdio com áreas de coloração e textura alteradas. A formação encontrada, aderida em região apical intrapericárdica e ao diafragma, era um coágulo em organização, segundo a análise anatomopatológica. Também se verificou pericardite crônica, cirrose cardíaca e congestão crônica do baço. A causa da pericardite não foi identificada. Deve-se considerar o diagnóstico de pericardite constritiva naqueles pacientes que apresentam achados clínicos compatíveis com insuficiência cardíaca direita, mas cuja função ventricular é normal ao exame ecocardiográfico.
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