Uso in vitro e in vivo do óleo essencial de melaleuca (Melaleuca alternifolia) em otites bacterianas e por leveduras em cães

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

R. C. S. M. Neves
H. Makino
T. P. S. Peres-Cruz
M. M. Silveira
K. G. S. Gomes
V. R. F. Sousa
V. Ferraz
C. B. Belli

Resumo

Otites caninas constituem um dos principais motivos de consultas. A terapêutica normalmente consiste em limpeza dos condutos, com posterior fase de aplicação de antibacterianos ou antifúngicos, podendo causar hipersensibilidade e até ototoxicidade. Na busca por novos fármacos, o presente trabalho avaliou, in vitro e in vivo, a eficiência do óleo de Melaleuca alternifolia em otites bacterianas e fúngicas de cães. Vinte e oito cães com otopatias crônicas formaram a população em que se comparou a ação do óleo com a gentamicina e a nistatina. A cultura microbiológica detectou 62,5% das infecções como mistas (bactérias e leveduras), 33,9% infecções bacterianas e 3,6% infecções fúngicas. Os micro-organismos mais isolados foram Staphylococcus intermedius, Staphylococcus aureus, Proteus mirabilis e Malassezia pachydermatis. No teste in vivo, foram formados três grupos e, em todos os animais, a loção do óleo essencial de melaleuca a 5% foi aplicada na orelha direita. A eficácia foi avaliada de duas formas: achados clínicos e citologia. No grupo otite fúngica (loção de nistatina a 0,15% na orelha esquerda) não houve diferença significativa, e os dois produtos utilizados reduziram a pontuação das lesões durante o tempo avaliado, sugerindo a melhora do quadro. No grupo otite bacteriana (loção de gentamicina a 0,3% na orelha esquerda) houve diferença significativa, com maior eficácia da gentamicina, embora os dois produtos tenham reduzido a pontuação das lesões durante o tempo avaliado, indicando melhora no quadro pela redução significativa de bactérias e leucócitos. No grupo otite mista (loção de gentamicina a 0,3% e nistatina a 0,15% na orelha esquerda) não foi detectada diferença significativa entre os tratamentos, sendo que os dois produtos reduziram a pontuação das lesões durante o tempo avaliado, evidenciando a melhora no quadro. O óleo de Melaleuca alternifolia não causou efeitos colaterais, sistêmicos ou dermatológicos. A sensibilidade das bactérias, no teste in vitro, apresentou problemas de execução, resultando em dados que não permitiram a obtenção de uma conclusão definitiva, necessitando-se de novos estudos. No entanto, in vivo, o óleo induziu a remissão das otites bacterianas e reduziu a quantidade de leveduras nas micóticas. As conclusões deste estudo indicam a viabilidade do óleo de Melaleuca alternifolia como opção terapêutica em otites externas em cães.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
NEVES, R. C. S. M.; MAKINO, H.; PERES-CRUZ, T. P. S.; SILVEIRA, M. M.; GOMES, K. G. S.; SOUSA, V. R. F.; FERRAZ, V.; BELLI, C. B. Uso in vitro e in vivo do óleo essencial de melaleuca (Melaleuca alternifolia) em otites bacterianas e por leveduras em cães. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 13, n. 3, p. 39-39, 18 jan. 2016.
Seção
RESUMOS CONGRESSO BRASILEIRO DE DERMATOLOGIA VETERINÁRIA