Isolamento de dermatófitos em pelame de felinos hígidos e desprovidos de lesões dermatológicas oriundos de gatis comerciais localizados na região metropolitana de São Paulo
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Resumo
O estudo da cadeia epidemiológica das dermatofitoses, mormente daquelas decorrentes de fungos zoofílicos, é deveras importante em face da grande magnitude de ocorrência, da alta infectividade do agente e ao seu caráter antropozoonótico. Em todas as latitudes considera-se que os felinos assintomáticos são os principais reservatórios e fontes de infecção de dermatófitos, em especial do Microsporum canis (M. canis). A bibliografia especializada relata que aproximadamente 50% dos indivíduos expostos a gatos infectados, sintomáticos ou assintomáticos, adquirem a doença e que em até 70% das famílias que possuem gatos infectados, pelos menos um de seus membros poderá desenvolver a doença. No Serviço de Dermatologia do HOVET/USP as dermatites fúngicas representavam 30% de todas as dermatopatias, sendo evidenciadas principalmente em gatos Persas (94%). Visando quantificar o eventual risco de infecção humana a partir de contato com felinos, dessa raça, aparentemente sadios, adquiridos de gatis comerciais, colheram-se pela técnica de Mariat Adam Campos amostras de pelame de 61 (18 machos e 43 fêmeas) gatos Persas, com idade média de 38 meses, provindos de gatis comerciais, localizados na Região metropolitana de São Paulo, clinicamente hígidos, desprovidos de lesões tegumentares típicas e negativos à Luz de Wood. Os 18 contactantes humanos eram indagados sobre eventual presença, em passado recente ou no momento da colheita, de lesões típicas de dermatofitose. O material colhido foi semeado em Ágar suplementado com cloranfenicol e cicloheximida, e incubados a 25°C por até 21 dias. Evidenciou-se crescimento fúngico em 51 (83,6%) dos animais, isolando-se tão somente M. canis. Dentre os contactantes humanos, respectivamente oito (44,4%) e três (16,7%) haviam apresentado no passado ou apresentavam no momento da colheita lesões características de tíneacorporis. Os resultados obtidos caracterizam o potencial risco de infecção microspórica para os compradores de gatos aparentemente hígidos provindos de criadouros comerciais localizados na Região metropolitana de São Paulo, Brasil.
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