Dermatofitose superficial pustular causada por microsporum canis em um cão na cidade de João Pessoa – PB
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Resumo
As dermatofitoses são infecções superficiais de tecidos queratinizados com apresentação clínica bastante variável em cães. O presente relato relata o aspecto lesional, bem como as alterações cito e histológicas em um caso de dermatofitose superficial pustular causada por Microsporum canis. Uma cadela, SRD, com um ano de idade, adotada da rua nos primeiros meses de vida, foi atendida em uma clínica veterinária no município de João Pessoa, PB. Ao exame clínico, apresentava lesões pustulares em pavilhões auriculares, região inguinal, jarrete e entre coxins plantares com poucos dias de evolução. No exame citológico, foram observadas células acantolíticas e elementos fúngicos. A biópsia foi selecionada como diagnóstico oportuno, devido à apresentação clínica que mimetizava o pênfigo foliáceo, ainda que a idade não fosse compatível com a doença autoimune. O resultado histopatológico revelou na coloração de PAS a presença de hifas em hastes foliculares e na queratina superficial. Também foram evidenciadas áreas de exulceração e ulceração recobertas por crostas sero-celulares contendo grande quantidade de células acantolíticas. Uma cadela contactante da mesma residência e também adotada, apresentou na mesma ocasião lesões alopécicas circunscritas e generalizadas, com maior intensidade na face e região torácica. Membros anteriores e posteriores também foram acometidos. A descamação estava presente, assim como prurido incessante, algo incomum em dermatofitose confirmada por cultura fúngica com identificação do agente M. canis. As duas cadelas foram tratadas com Itraconazol e banhos a cada quatro dias com xampus de clorexidina 2% e miconazol 2,5%. Na literatura pesquisada, não foi encontrado caso anterior de dermatite superficial pustular originada por M. canis. Os relatos desta dermatopatia fúngica, que se assemelha clínica e histologicamente ao pênfigo superficial, são normalmente causados por fungos do gênero Tricophyton, mas sabe-se que o M. canis também produz enzimas capazes de desencadear acantólise. Como esta é a espécie normalmente mais isolada em cães, é importante que seja lembrada como diagnóstico diferencial em todos os casos em que são observadas células acantolíticas, independente da apresentação clínica das lesões.
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