Histórico nutricional de cães acometidos por dermatite trofoalérgica

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M. C. H. Rondelli
M. C. C. Oliveira
F. L. da Silva
R. J. G. Palacios Junior
M. C. Peixoto
A. C. Carciofi
M. Tinucci-Costa

Resumo

A dermatite trofoalérgica é uma dermatopatia pruriginosa não sazonal que pode ser desencadeada por componentes antigênicos presentes em qualquer alimento. Nota-se a escassez de informação acerca da antigenicidade dos ingredientes empregados na fabricação de alimentos para cães e gatos no Brasil, uma vez que a informação disponível é essencialmente oriunda da literatura estrangeira. Assim, com o intuito de investigar os alimentos provocativos mais frequentes no grupo estudado, o presente trabalho compilou a história nutricional de cães acometidos por dermatite trofoalérgica. Foram avaliados retrospectivamente dados de 29 cães atendidos em um Hospital Veterinário, no período de 2007 a 2012, com diagnóstico de dermatite trofoalérgica, que apresentaram resposta clínica favorável ao fornecimento de dieta de eliminação hipoalergênica, caseira ou comercial, por oito a 12 semanas. Entre os 29 cães estudados, 44,8% (n=13) recebiam ração super premium, 24,2% (n=7) premium, padrão ou básica em 24,2% (n=7) e 6,9% (n=2) alimento caseiro. Ainda, 27,6% (n=8) recebiam carne bovina ou de frango além dos alimentos citados e 3,5% (n=1) recebiam ração comercial hipoalergênica juntamente com petiscos. Ademais, 65,5% dos pacientes (n=19) recebiam petiscos, entre os quais os mais frequentes eram, pão (41,4%, n=12), frutas (20,7%, n=6), biscoitos para cães (17,3%, n=5), ossos para cães (13,8%, n=4), biscoitos para consumo humano (10,4%, n=3), embutidos (6,8%, n=2) e legumes (3,5%, n=1). A dieta que os animais recebiam quando se suspeitou de dermatite trofoalérgica consistia tanto de ração comercial quanto de alimentos caseiros, além de petiscos, que possuem em sua formulação componentes proteicos de origens animal e vegetal que são exemplos de ingredientes incriminados na dermatite trofoalérgica. O perfil alimentar observado no grupo avaliado ilustra a dificuldade para a identificação do(s) alimento(s) causador(es) do processo alérgico, e que a causa-base alergênica não se relaciona à qualidade do alimento fornecido aos cães. Adicionalmente, observa-se que o hábito do fornecimento de petiscos de qualquer natureza é frequente e este pode ser um fator que contribui para a ocorrência da dermatite trofoalérgica em cães. O presente revela que o desenvolvimento da dermatite trofoalérgica em cães parece ter uma origem multifatorial.

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Como Citar
RONDELLI, M. C. H.; OLIVEIRA, M. C. C.; SILVA, F. L. DA; PALACIOS JUNIOR, R. J. G.; PEIXOTO, M. C.; CARCIOFI, A. C.; TINUCCI-COSTA, M. Histórico nutricional de cães acometidos por dermatite trofoalérgica. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 13, n. 3, p. 46-46, 18 jan. 2016.
Seção
RESUMOS CONGRESSO BRASILEIRO DE DERMATOLOGIA VETERINÁRIA