Aspectos clínicos, epidemiológicos e terapêuticos de oito casos de Demodiciose por Demodex injai em cães
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Resumo
Demodiciose é uma dermatopatia parasitária, crônica, comum em cães e decorre da proliferação excessiva de ácaros do gênero Demodex sp. na unidade pilosebácea, principalmente o Demodex canis. Entretanto, infecções por um ácaro de corpo longo, o Demodex injai (DI), têm sido incomumente descritas. Este estudo descreve os aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos de oito cães com demodiciose por DI, atendidos entre 2006 a 2014. Todos os animais incluídos no trabalho tiveram diagnóstico estabelecido por raspados de pele, seguido à observação microscópica do ácaro sob objetiva de 10, o qual demonstrava corpo longo e afilado. Em dois cães com otite, o exame parasitológico do cerúmen subsidiou o diagnóstico. O exame histopatológico foi realizado em três cães em adição ao raspado, demonstrando foliculite, hiperqueratose e dilatação folicular com a presença do DI. Entre os animais incluídos, dois eram da raça Cocker spaniel, um para cada uma das raças Fila brasileiro, Poodle, Schnauzer miniatura, Akita, Lhasa-Apso, e um era mestiço. A idade mediana era de oito anos. Quatro animais eram fêmeas e quatro machos. Seis cães exibiram alopecia, eritema, pápulo-crostas foliculo cêntricas e exsudação sanguíneo-purulenta, e em três destes havia excessiva untuosidade da pelagem e odor. Quatro apresentaram lesões em ponte nasal, perioral e periorbital; três, em região dorso-torácica; e dois, em condutos auditivos, região cervical e digital. Em dois cães o único achado foi otite externa bilateral, hiperplásica e hiperceruminosa. Dos oito cães, cinco apresentavam comorbidades identificáveis, dos quais dois com dermatite atópica, um com lúpus eritematoso discoide, um com hipotireoidismo, e um com hiperadrenocorticismo, diabete melito e leiomioma gástrico associados. A terapia acaricida com moxidectina (400μg/kg/vo/24h) foi eficaz em cinco animais e com doramectina (600μg/kg/vo/a cada três dias) em outros três indivíduos, com um tempo médio de tratamento de cinco meses, sem efeitos colaterais. Foi, portanto, constatado que a demodiciose por DI acometeu animais adultos e geralmente foi associada a comorbidades tegumentares ou sistêmicas, podendo ser considerada como um marcador cutâneo de doença interna.
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